As famílias Queirós pululam na imprensa portuguesa. Escrevendo, falando, opinando, eles estão sempre por aí com todos os timbres de opinião existentes nas longas famílias. Um deles, que já foi director, é opinion maker na televisão estatal, costumo ouvi-lo a falar sobre desporto.
Foi o caso da manhã de hoje, referindo-se ainda às declarações de Jorge Jesus no final do F.C. Porto - Benfica.
Dizia ele, na sua doutíssima e esclarecidíssima opinião, que Jorge Jesus não pode e não vai ser castigado porque as suas apreciações ao árbitro auxiliar contêm a mesma carga verbal das do treinador portista em outra ocasião, mas visando também um árbitro.
Ora, se bem recordo, nunca o treinador do F.C. Porto afirmou que o árbitro, ou qualquer dos seus auxiliares, prejudicou voluntariamente a sua equipa. E o que Jorge Jesus disse é que o árbitro auxiliar viu e não quis assinalar, ou seja, deliberadamente roubou os vermelhos.
Que me perdoe o douto comentador, mas insistir que são semelhantes as declarações de Vítor Pereira ou que coincidem com as de Jorge Jesus, fazem-me pensar, se eu fosse capaz de entrar por aí, que se trata de uma afirmação "encomendada", que o aludido Queirós é o mensageiro de alguém que covardemente não dá a cara. Só que não vou mesmo por aí... Tratar-se-á tão somente de atavismo natural e meramente redutor, e a esse nem a televisão pública, paga pelos contribuintes, parece imune. Aliás, lembrando o princípio de Peter, onde cada um é promovido até ao limite da sua incompetência, eu entendo as razões por que a televisão pública continua tão mal gerida em alguns sectores de opinião ou de informação. É que há famílias completas de menos competentes a ilustrar a filosofia do Senhor Peter.
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