O poema
O poema me levará no tempo
Quando eu já não for eu
E passarei sozinha
Entre as mãos de quem lê
O poema alguém o dirá
Às searas
Sua passagem se confundirá
Como rumor do mar com o passar do vento
O poema habitará
O espaço mais concreto e mais atento
No ar claro nas tardes transparentes
Suas sílabas redondas
(Ó antigas ó longas
Eternas tardes lisas)
Mesmo que eu morra o poema encontrará
Uma praia onde quebrar as suas ondas
E entre quatro paredes densas
De funda e devorada solidão
Alguém seu próprio ser confundirá
Com o poema no tempo
Livro Sexto (1962)
Acompanhando Sophia, ...o poema,
ResponderEliminaracompanho-te
É poema ,é corpo, é espaço em crescimeto
É o infinito numa mão cheia de letras.
Poesia é a magia de dar ensejos a confidências, é desafogar o coração, é amar sem ousar dizer que ama, é dar asas ao pensamento e voar... voar mais alto que puder, libertando-se literalmente do corpo,mergulhar no abstratismo, passar por terras estranhas com auroras sem poentes e nunca, nunca achar pouso para apaziguar teus tormentos, ou então fabricar sorrisos, para inventar a felicidade
ResponderEliminarQue bom que voltou!