domingo, 4 de março de 2012

O princípio de Peter

As famílias Queirós pululam na imprensa portuguesa. Escrevendo, falando, opinando, eles estão sempre por aí com todos os timbres de opinião existentes nas longas famílias. Um deles, que já foi director, é opinion maker na televisão estatal, costumo ouvi-lo a falar sobre desporto.

Foi o caso da manhã de hoje, referindo-se ainda às declarações de Jorge Jesus no final do F.C. Porto - Benfica.

Dizia ele, na sua doutíssima e esclarecidíssima opinião, que Jorge Jesus não pode e não vai ser castigado porque as suas apreciações ao árbitro auxiliar contêm a mesma carga verbal das do treinador portista em outra ocasião, mas visando também um árbitro.

Ora, se bem recordo, nunca o treinador do F.C. Porto afirmou que o árbitro, ou qualquer dos seus auxiliares, prejudicou voluntariamente a sua equipa. E o que Jorge Jesus disse é que o árbitro auxiliar viu e não quis assinalar, ou seja, deliberadamente roubou os vermelhos.

Que me perdoe o douto comentador, mas insistir que são semelhantes as declarações de Vítor Pereira ou que coincidem com as de Jorge Jesus, fazem-me pensar, se eu fosse capaz de entrar por aí, que se trata de uma afirmação "encomendada", que o aludido Queirós é o mensageiro de alguém que covardemente não dá a cara. Só que não vou mesmo por aí... Tratar-se-á tão somente de atavismo natural e meramente redutor, e a esse nem a televisão pública, paga pelos contribuintes, parece imune. Aliás, lembrando o princípio de Peter, onde cada um é promovido até ao limite da sua incompetência, eu entendo as razões por que a televisão pública continua tão mal gerida em alguns sectores de opinião ou de informação. É que há famílias completas de menos competentes a ilustrar a filosofia do Senhor Peter.

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