Elias conhecia todos os vértices do desassossego.
Por isso, quando Inês se deitou a seu lado na cama e se aconchegou no seu peito, Elias fechou as janelas do desejo e abriu a imensa porta da ternura, com todo o tempo da noite.
Então, Inês beijou-o na boca, timidamente, e adormeceu com a gratidão no sorriso.
Elias não dormiu.
Ah! Como amava aquela mulher!
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
“Um cretino é um cretino”
Manuel Machado, treinador do Nacional, passou-se dos carretos com Jorge Jesus, treinador do Benfica, e não foi de modas. Segundo uns, terá dito: "Um vintém é um vintém, um cretino é um cretino. São coisas que, por mais capas que se façam, não mudam de ano para ano, são valores absolutos"; segundo outros, «Um vintém é um vintém e um cretino é um cretino. Há coisas que não mudam por muito que a gente pinte de amarelo, de azul, de vermelho ou se encha jornais. São valores absolutos».
Manuel Machado sabe exactamente do que fala!
Mas Jorge Jesus também sabe, quando diz, na conferência de Imprensa que se seguiu ao jogo entre os encarnados e o Nacional, referindo aquilo que toda a gente viu: os jogos não se ganham no túnel de acesso aos balneários, ganham-se no campo. Só se esqueceu de dizer que, no jogo em apreço, os jogos ganham-se no campo… mas ao intervalo!
Sim, porque isto de tentar agredir, ao intervalo, um jogador adversário – que por sinal tinha marcado o golo do Nacional – ainda dentro do campo, é uma forma de condicionar o adversário para o segundo tempo.
Faz-me lembrar um certo jogo entre o Felgueiras e o Boavista, era, então, Jorge Jesus o técnico do Felgueiras. Taí, do Boavista, foi agredido ao intervalo e o Felgueiras venceu. Na oportunidade, o Felgueiras era a grande revelação da prova, pois claro.
Mas, com tantas coincidências, se Jorge Jesus não conseguir mascarar a sua imensa prosápia e vaidade, não nos custa vaticinar uma segunda metade do campeonato nada boa para os lados da Luz.
O Felgueiras, nessa época afastada, desceu de divisão. Para o Benfica, não é preciso tanto: basta cair para segundo ou terceiro, já serve!
Jorge Jesus não toma emenda, mesmo. Já poucos gostam dele, dentro da classe, mas, a fazer inimigos a esta velocidade, daqui a pouco, a falta de respeito e as provocações aos colegas de profissão poderão deixá-lo orgulhosamente só, mas vazio e a falar no deserto.
© 2009 Microsoft Privacidade Termos de utilização
Manuel Machado sabe exactamente do que fala!
Mas Jorge Jesus também sabe, quando diz, na conferência de Imprensa que se seguiu ao jogo entre os encarnados e o Nacional, referindo aquilo que toda a gente viu: os jogos não se ganham no túnel de acesso aos balneários, ganham-se no campo. Só se esqueceu de dizer que, no jogo em apreço, os jogos ganham-se no campo… mas ao intervalo!
Sim, porque isto de tentar agredir, ao intervalo, um jogador adversário – que por sinal tinha marcado o golo do Nacional – ainda dentro do campo, é uma forma de condicionar o adversário para o segundo tempo.
Faz-me lembrar um certo jogo entre o Felgueiras e o Boavista, era, então, Jorge Jesus o técnico do Felgueiras. Taí, do Boavista, foi agredido ao intervalo e o Felgueiras venceu. Na oportunidade, o Felgueiras era a grande revelação da prova, pois claro.
Mas, com tantas coincidências, se Jorge Jesus não conseguir mascarar a sua imensa prosápia e vaidade, não nos custa vaticinar uma segunda metade do campeonato nada boa para os lados da Luz.
O Felgueiras, nessa época afastada, desceu de divisão. Para o Benfica, não é preciso tanto: basta cair para segundo ou terceiro, já serve!
Jorge Jesus não toma emenda, mesmo. Já poucos gostam dele, dentro da classe, mas, a fazer inimigos a esta velocidade, daqui a pouco, a falta de respeito e as provocações aos colegas de profissão poderão deixá-lo orgulhosamente só, mas vazio e a falar no deserto.
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terça-feira, 20 de outubro de 2009
Ainda os faxes do Freeport
Altamente confidencial
17 de Dezembro de 2001
Ric Dattani
Freeport plc
Cc. Gary Dawnson
Caro Ric,
Na sequência da nossa conversa telefónica a semana passada, e tendo acabado de voltar de Portugal onde estive 5 dias, posso fazer os seguintes comentários que espero que sejam úteis para si.
1. Um Estudo de Impacto Ambiental é um trabalho bastante substancial (de peso)que envolve várias autoridades. É de conteúdo principalmente técnico.
2. Se estamos face a uma possível rejeição (chumbo), é pouco provável ser possível
inverter uma tal decisão seja em que circunstância for, a dois dias da sua rejeição
(chumbo) formal por parte do Ministro do Ambiente. (Antes do suborno)
3. O Ministro do Ambiente, Eng.º José Sócrates, é considerado como um dos pilares do
Governo PS e é tido como a integridade em pessoa. (Confirmado por outros)
4. Os efeitos dos acontecimentos do fim de semana, com os revezes sofridos pelo PS,
nomeadamente nas eleições autárquicas, incluindo Lisboa, e a demissão do Governo
Guterres significam que Sócrates deixou de ser Ministro do Ambiente e que vai haver
um compasso de espera (empate, “stall” no texto original) de quatro ou cinco meses
até que seja eleito um novo Governo e seja nomeado um novo ministro, vistos os
resultados de novas eleições.
5. É óbvio que o encorajo / sugiro-lhe que apure as razões técnicas da rejeição / do
chumbo do seu EIA e que determine as áreas em relação às quais as diferenças podem
ser esbatidas, ou em relação às quais se podem lançar pontes que colmatem as
diferenças.
6. Encorajo-o / sugiro-lhe que sonde / tome o pulso / apalpe o terreno fora da equipa
local por forma a perceber / compreender / determinar / de forma independente o
que é que pode ter corrido mal – e ver / verificar se tal vai ao encontro das
informações que lhe são fornecidas pela equipa local. Uma visita pessoal à DRAOT ou a
quaisquer autoridades que tenham tido a sua palavra a dizer / que tenham tido peso /
pode frequentemente render dividendos na compreensão do problema.
A mudança política irá atrasar o processo nos seus termos na parte de planeamento e meio ambiente, mas pode-se /deve-se despender um tempo precioso no determinar das causas de rejeição e nas medidas de correcção aceitáveis.
O conteúdo desta comunicação é confidencial para aqueles a quem é dirigida. A sua finalidade é (tão só) partilhar experiências de mercado com um colega membro PUKCC num sector equivalente
Cumprimentos
Keith payne
Jonathan, este é o fulano que me telefonou e sabe do suborno de 2
milhões de libras, sublinhei algumas partes interessantes a partir do
ponto 4. Se o parlamento é dissolvido até às eleições, o Secretário
de Estado não pode aprovar nem rejeitar nada.
Ric
Rick Dattani, quem recebeu o fax, reenvia-o para Jonathan Rawnsley - também administrador na empresa, mas superior na hierarquia, segundo a TVI -, e acrescenta anotações manuscritas, com explícita menção de suborno no final do fax: "Este é o fulano que me telefonou e sabe do suborno de 2 milhões de libras, sublinhei algumas partes interessantes a partir do ponto 4. Se o parlamento é dissolvido até às eleições, o Secretário de Estado não pode aprovar nem rejeitar nada".
De salientar que, Dattani acrescenta outras duas notas, também à mão, no meio do texto: "antes do suborno" e "confirmado por outros".
A primeira foi acrescentada à frente do ponto 2 em que se refere: "Se estamos face a uma possível rejeição (chumbo), é pouco provável ser possível inverter uma tal decisão seja em que circunstância for, a dois dias da sua rejeição (chumbo) formal por parte do Ministro do Ambiente."
Já a segunda nota foi colocada no final do ponto 3, já citado anteriormente.
Segundo o site da TVI, "a Polícia inglesa deu importância ao fax, a ponto de interrogar várias pessoas sobre o mesmo, mais especificamente sobre a nota de rodapé escrita à mão, a fim de saber a quem se destinava os 2 milhões de libras".
17 de Dezembro de 2001
Ric Dattani
Freeport plc
Cc. Gary Dawnson
Caro Ric,
Na sequência da nossa conversa telefónica a semana passada, e tendo acabado de voltar de Portugal onde estive 5 dias, posso fazer os seguintes comentários que espero que sejam úteis para si.
1. Um Estudo de Impacto Ambiental é um trabalho bastante substancial (de peso)que envolve várias autoridades. É de conteúdo principalmente técnico.
2. Se estamos face a uma possível rejeição (chumbo), é pouco provável ser possível
inverter uma tal decisão seja em que circunstância for, a dois dias da sua rejeição
(chumbo) formal por parte do Ministro do Ambiente. (Antes do suborno)
3. O Ministro do Ambiente, Eng.º José Sócrates, é considerado como um dos pilares do
Governo PS e é tido como a integridade em pessoa. (Confirmado por outros)
4. Os efeitos dos acontecimentos do fim de semana, com os revezes sofridos pelo PS,
nomeadamente nas eleições autárquicas, incluindo Lisboa, e a demissão do Governo
Guterres significam que Sócrates deixou de ser Ministro do Ambiente e que vai haver
um compasso de espera (empate, “stall” no texto original) de quatro ou cinco meses
até que seja eleito um novo Governo e seja nomeado um novo ministro, vistos os
resultados de novas eleições.
5. É óbvio que o encorajo / sugiro-lhe que apure as razões técnicas da rejeição / do
chumbo do seu EIA e que determine as áreas em relação às quais as diferenças podem
ser esbatidas, ou em relação às quais se podem lançar pontes que colmatem as
diferenças.
6. Encorajo-o / sugiro-lhe que sonde / tome o pulso / apalpe o terreno fora da equipa
local por forma a perceber / compreender / determinar / de forma independente o
que é que pode ter corrido mal – e ver / verificar se tal vai ao encontro das
informações que lhe são fornecidas pela equipa local. Uma visita pessoal à DRAOT ou a
quaisquer autoridades que tenham tido a sua palavra a dizer / que tenham tido peso /
pode frequentemente render dividendos na compreensão do problema.
A mudança política irá atrasar o processo nos seus termos na parte de planeamento e meio ambiente, mas pode-se /deve-se despender um tempo precioso no determinar das causas de rejeição e nas medidas de correcção aceitáveis.
O conteúdo desta comunicação é confidencial para aqueles a quem é dirigida. A sua finalidade é (tão só) partilhar experiências de mercado com um colega membro PUKCC num sector equivalente
Cumprimentos
Keith payne
Jonathan, este é o fulano que me telefonou e sabe do suborno de 2
milhões de libras, sublinhei algumas partes interessantes a partir do
ponto 4. Se o parlamento é dissolvido até às eleições, o Secretário
de Estado não pode aprovar nem rejeitar nada.
Ric
Nota: O "bold itálico" é a transcrição de notas escritas à mão por Ric Dattani, segundo refere a TVI:
Fax reenviado com notas escritas à mão
Rick Dattani, quem recebeu o fax, reenvia-o para Jonathan Rawnsley - também administrador na empresa, mas superior na hierarquia, segundo a TVI -, e acrescenta anotações manuscritas, com explícita menção de suborno no final do fax: "Este é o fulano que me telefonou e sabe do suborno de 2 milhões de libras, sublinhei algumas partes interessantes a partir do ponto 4. Se o parlamento é dissolvido até às eleições, o Secretário de Estado não pode aprovar nem rejeitar nada".
De salientar que, Dattani acrescenta outras duas notas, também à mão, no meio do texto: "antes do suborno" e "confirmado por outros".
A primeira foi acrescentada à frente do ponto 2 em que se refere: "Se estamos face a uma possível rejeição (chumbo), é pouco provável ser possível inverter uma tal decisão seja em que circunstância for, a dois dias da sua rejeição (chumbo) formal por parte do Ministro do Ambiente."
Já a segunda nota foi colocada no final do ponto 3, já citado anteriormente.
Segundo o site da TVI, "a Polícia inglesa deu importância ao fax, a ponto de interrogar várias pessoas sobre o mesmo, mais especificamente sobre a nota de rodapé escrita à mão, a fim de saber a quem se destinava os 2 milhões de libras".
A TVI diz ainda ter tentado obter reacções do actual primeiro-ministro, José Sócrates, e dos seus secretários de Estado na época, Pedro Silva Pereira (Ordenamento do Território) e Rui Gonçalves (Ambiente), mas não obteve resposta.
À atenção pais
Relatório de miúdo sobre teenagers e imprensa abala indústria dos media
Um miúdo de 15 anos fez um relatório para a Morgan Stanley que chocou os media. Diz que os teenagers não gostam de jornais, rádio ou televisão e não usam o Twitter. Parem as rotativas!
EXPRESSO
Mafalda Anjos
19:20 Quarta-feira, 15 de Jul de 2009
Um rapaz 15 anos foi o porta-voz de como os teenagers olham para os media. Num relatório escrito para a Morgan Stanley , o estagiário Matthew Robson disse que os teenagers não usam o Twitter, detestam jornais e consideram a publicidade online inútil, segundo relato do "Financial Times".Clarinho como água
O relatório foi considerado tão claro e inquietante pela equipa europeia de media da Morgan Stanley, que a casa de investimento decidiu publicá-lo na íntegra. O resultado foi uma torrente de inquietação pelos mercados financeiros e fundos de investimento ligados ao sector.
Segundo explica Matthew neste relatório , publicado na íntegra no site do "The Guardian" , a nova rede social da moda - o Twitter - está longe de ser a eleita dos teenagers. "Os teenagers não usam o Twitter . Muitos registaram-se mas largaram porque perceberam que não o vão actualizar. Perceberam que ninguém está a ver o seu perfil, por isso os seus tweets são inúteis", diz ele. O Facebook continua a ser o mais popular, diz ele. Anúncios, nem vê-los...
Matthew alerta também para o facto de os meios tradicionais - televisão, rádio e jornais - estarem a perder terreno face aos novos media. "Nenhum teenager que eu conheço lê jornais regularmente, porque nenhum tem paciência para ler páginas e páginas de texto, quando podem ver o sumário das notícias na Internet ou na televisão."
Mas os teenagers estão também a ver cada vez menos televisão, por causa de serviços como o BBC iPlayer , que permite ver programas quando e como querem. "Ao ver televisão, aparecem anúncios com frequência e os teenagers não querem vê-los. Mudam de canal ou fazem outra coisa enquanto duram", explica Matthew....e CD, nem ouvi-los
Ele foi também bastante claro acerca da rádio. "A maior parte dos teenagers de hoje não são ouvintes regulares de rádio. Ouvem música de borla e sem publicidade nos sites online como o last.fm , onde podem escolher as músicas que querem e não as que o DJ escolhe". Comprar CD? Nem pensar! Segundo Matthew, os teenagers são muito relutantes em pagar pela música e muitos nunca compraram um CD. A grande maioria descarrega os temas preferidos, ilegalmente, de sites de filesharing.
O jovem acrescenta que os teenagers não gostam de publicidade "intrusiva" online e consideram os banners e pop-ups dos sites "extremamente irritantes e inúteis". No entanto, gostam e apoiam o marketing viral desde que seja "de conteúdo humorístico e interessante".
As consolas são a sua grande preferência, superando até os telefones para conversar com os amigos. Através de equipamentos como a Wii podem ligar-se à Internet e ter voz gratuita, conversando assim de borla com outros usuários também ligados.Touch screen, venham eles
Para ele, o que está na moda entre os teenagers é tudo o que tenha um touch screen, telefones móveis com grandes capacidades para música, equipamentos portáteis que se liguem à Net ( iPhone ). Completamente fora de moda está tudo o que tenha fios, telefones com visores a preto e branco, telefones grossos e grandes, equipamentos com baterias inferiores a 10 horas de duração.
Um miúdo de 15 anos fez um relatório para a Morgan Stanley que chocou os media. Diz que os teenagers não gostam de jornais, rádio ou televisão e não usam o Twitter. Parem as rotativas!
EXPRESSO
Mafalda Anjos
19:20 Quarta-feira, 15 de Jul de 2009
Um rapaz 15 anos foi o porta-voz de como os teenagers olham para os media. Num relatório escrito para a Morgan Stanley , o estagiário Matthew Robson disse que os teenagers não usam o Twitter, detestam jornais e consideram a publicidade online inútil, segundo relato do "Financial Times".Clarinho como água
O relatório foi considerado tão claro e inquietante pela equipa europeia de media da Morgan Stanley, que a casa de investimento decidiu publicá-lo na íntegra. O resultado foi uma torrente de inquietação pelos mercados financeiros e fundos de investimento ligados ao sector.
Segundo explica Matthew neste relatório , publicado na íntegra no site do "The Guardian" , a nova rede social da moda - o Twitter - está longe de ser a eleita dos teenagers. "Os teenagers não usam o Twitter . Muitos registaram-se mas largaram porque perceberam que não o vão actualizar. Perceberam que ninguém está a ver o seu perfil, por isso os seus tweets são inúteis", diz ele. O Facebook continua a ser o mais popular, diz ele. Anúncios, nem vê-los...
Matthew alerta também para o facto de os meios tradicionais - televisão, rádio e jornais - estarem a perder terreno face aos novos media. "Nenhum teenager que eu conheço lê jornais regularmente, porque nenhum tem paciência para ler páginas e páginas de texto, quando podem ver o sumário das notícias na Internet ou na televisão."
Mas os teenagers estão também a ver cada vez menos televisão, por causa de serviços como o BBC iPlayer , que permite ver programas quando e como querem. "Ao ver televisão, aparecem anúncios com frequência e os teenagers não querem vê-los. Mudam de canal ou fazem outra coisa enquanto duram", explica Matthew....e CD, nem ouvi-los
Ele foi também bastante claro acerca da rádio. "A maior parte dos teenagers de hoje não são ouvintes regulares de rádio. Ouvem música de borla e sem publicidade nos sites online como o last.fm , onde podem escolher as músicas que querem e não as que o DJ escolhe". Comprar CD? Nem pensar! Segundo Matthew, os teenagers são muito relutantes em pagar pela música e muitos nunca compraram um CD. A grande maioria descarrega os temas preferidos, ilegalmente, de sites de filesharing.
O jovem acrescenta que os teenagers não gostam de publicidade "intrusiva" online e consideram os banners e pop-ups dos sites "extremamente irritantes e inúteis". No entanto, gostam e apoiam o marketing viral desde que seja "de conteúdo humorístico e interessante".
As consolas são a sua grande preferência, superando até os telefones para conversar com os amigos. Através de equipamentos como a Wii podem ligar-se à Internet e ter voz gratuita, conversando assim de borla com outros usuários também ligados.Touch screen, venham eles
Para ele, o que está na moda entre os teenagers é tudo o que tenha um touch screen, telefones móveis com grandes capacidades para música, equipamentos portáteis que se liguem à Net ( iPhone ). Completamente fora de moda está tudo o que tenha fios, telefones com visores a preto e branco, telefones grossos e grandes, equipamentos com baterias inferiores a 10 horas de duração.
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segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Dedicado a uma mulher que sonha
"Estar casado com a Lídia é um desafio permanente. Não temos apenas problemas em comum, temos soluções. O segredo é resolvermos tudo a dois. Partilhamos muito. A minha mulher é a leveza mais suave que conheço." (Carlos Albino, marido da escritora Lídia Jorge há mais de 30 anos)
terça-feira, 6 de outubro de 2009
sol
Não quero abrir os olhos!
Diz-me só que está sol lá fora,
ainda que o cinzento o esconda.
Porque eu preciso do sol na tua voz!
E esse será todo o sol de que preciso.
Diz-me só que está sol lá fora,
ainda que o cinzento o esconda.
Porque eu preciso do sol na tua voz!
E esse será todo o sol de que preciso.
domingo, 4 de outubro de 2009
Sophia
O poema
O poema me levará no tempo
Quando eu já não for eu
E passarei sozinha
Entre as mãos de quem lê
O poema alguém o dirá
Às searas
Sua passagem se confundirá
Como rumor do mar com o passar do vento
O poema habitará
O espaço mais concreto e mais atento
No ar claro nas tardes transparentes
Suas sílabas redondas
(Ó antigas ó longas
Eternas tardes lisas)
Mesmo que eu morra o poema encontrará
Uma praia onde quebrar as suas ondas
E entre quatro paredes densas
De funda e devorada solidão
Alguém seu próprio ser confundirá
Com o poema no tempo
Livro Sexto (1962)
O poema me levará no tempo
Quando eu já não for eu
E passarei sozinha
Entre as mãos de quem lê
O poema alguém o dirá
Às searas
Sua passagem se confundirá
Como rumor do mar com o passar do vento
O poema habitará
O espaço mais concreto e mais atento
No ar claro nas tardes transparentes
Suas sílabas redondas
(Ó antigas ó longas
Eternas tardes lisas)
Mesmo que eu morra o poema encontrará
Uma praia onde quebrar as suas ondas
E entre quatro paredes densas
De funda e devorada solidão
Alguém seu próprio ser confundirá
Com o poema no tempo
Livro Sexto (1962)
sábado, 26 de setembro de 2009
Do "Expresso"
Polícias denunciam pressões para "caça à multa"
Elementos da 5ª Divisão de Lisboa da PSP queixam-se de estarem a ser forçados a aumentar o número de autuações, sob ameaça de mudança de secção.
Lusa
22:44 Sexta-feira, 25 de Set de 2009
Elementos da 5ª Divisão de Lisboa da PSP (Penha de França) queixam-se de estarem a ser forçados pelo 2º Comandante a aumentar o número de autuações, sob ameaça de mudança de secção se não se destacarem nas estatísticas mensais.
Esta situação foi hoje relatada à agência Lusa por elementos daquela divisão, que pediram para não serem identificados por temerem represálias, e confirmada pelo presidente do Sindicato Unificado de Polícia, guarda Peixoto Rodrigues, que desempenha funções precisamente na 5ª Divisão.
A Lusa tentou contactar o 2º Comandante da 5ª Divisão, comissário Carvalho da Silva, para esclarecer estas acusações, bem como o Comandante, Subintendente Rocha da Silva, mas ambos já não se encontravam, só voltando na segunda-feira.
Sobre este assunto, a Direcção Nacional da PSP, através do gabinete de Relações Públicas, declarou à Lusa que "não estão definidos 'rankings' na Esquadra de Intervenção e Fiscalização Policial (EIFP), não foram proferidas ameaças e não estão consignados prémios".
"São apenas definidas operações a nível de EIFP, que são depois executadas pelas diferentes Equipas de Intervenção Rápida", referiu a Direcção Nacional reforçando que "invoca o facto das variáveis detenções ou autuações não serem consideradas para avaliar qualquer elemento policial".
"Face às movimentações de recursos humanos que se verificaram na IEFP da 5ª Divisão, nomeadamente a saída de elementos daquela Esquadra para o Comando Metropolitano do Porto, o comandante daquela divisão, após a redefinição das Equipas de Intervenção Rápida reuniu esta semana com todo o efectivo no sentido de clarificar as missões que estão consignadas àquelas equipas e os deveres inerentes ao serviço", adianta a Direcção Nacional.
Segundo a Direcção Nacional, "nesta reunião ficou clarificado o âmbito da missão, nomeadamente a prossecução de operações policiais e o desenvolvimento de relatórios no fim do serviço que determinarão uma adequada percepção do trabalho desenvolvido durante o turno".
"Código de Conduta"
De acordo com o relato feito à Lusa por elementos daquela Divisão, está a ser implantado um denominado "Código de Conduta" pelo 2º Comandante e criado um "ranking" mensal onde só têm ascensão na carreira e "prémios de produtividade" os elementos que passarem mais multas. A partir de segunda-feira esta situação estende-se também aos polícias que fizerem mais detenções.
Relataram que as pessoas estão a ser informadas individualmente pelo próprio Comissário Carvalho da Silva, em conversa no seu gabinete, a sós ou acompanhados pelo chefe de Secção. Quando não atingem os objectivos alegadamente estabelecidos, dizem estar a ser chamados e confrontados com ameaças de saída da Secção onde se encontram ou saída da Divisão.
"Os graduados são obrigados a chamar diariamente à atenção os agentes para que efectuem mais autuações", disse uma das fontes, acrescentando que há dias em que são feitas operações STOP de manhã e outra à tarde.
As mesmas fontes adiantaram que estes procedimentos estão a ser transmitidos também aos novos elementos que chegam à 5ª Divisão, "para que sintam as mudanças e aprendam que têm de autuar".
Segundo os testemunhos, esta situação está a criar "um grave mal-estar" entre oficiais, subchefes e agentes, que receiam resistir às ordens de aumentar o nível de autuações e de detenções.
Sindicato Unificado de Polícia contra "forma de actuação"
Em declarações à Lusa, o presidente do Sindicato Unificado de Polícia, Peixoto Rodrigues, confirmou a existência destas pressões para aumentar a quantidade de multas e especificou que estas situações sucedem mais nas Equipas de Intervenção e Fiscalização Policial, relativamente às Secções de Intervenção Rápida.
Peixoto Rodrigues afirmou que os elementos da PSP "não podem aceitar estas situações, que estão a gerar um grande desgaste no seio do pessoal da 5ª Divisão" e que o Sindicato Unificado de Polícia "está contra esta forma de actuação".
O dirigente sindical relatou que a argumentação para estas listas é a falta de produtividade, mas realçou que a produtividade não se mede por autuações.
Peixoto Rodrigues sublinhou que a primeira função policial é prevenir e combater a criminalidade, num efectivo policiamento de proximidade para com o cidadão, e não a caça à multa.
Elementos da 5ª Divisão de Lisboa da PSP queixam-se de estarem a ser forçados a aumentar o número de autuações, sob ameaça de mudança de secção.
Lusa
22:44 Sexta-feira, 25 de Set de 2009
Elementos da 5ª Divisão de Lisboa da PSP (Penha de França) queixam-se de estarem a ser forçados pelo 2º Comandante a aumentar o número de autuações, sob ameaça de mudança de secção se não se destacarem nas estatísticas mensais.
Esta situação foi hoje relatada à agência Lusa por elementos daquela divisão, que pediram para não serem identificados por temerem represálias, e confirmada pelo presidente do Sindicato Unificado de Polícia, guarda Peixoto Rodrigues, que desempenha funções precisamente na 5ª Divisão.
A Lusa tentou contactar o 2º Comandante da 5ª Divisão, comissário Carvalho da Silva, para esclarecer estas acusações, bem como o Comandante, Subintendente Rocha da Silva, mas ambos já não se encontravam, só voltando na segunda-feira.
Sobre este assunto, a Direcção Nacional da PSP, através do gabinete de Relações Públicas, declarou à Lusa que "não estão definidos 'rankings' na Esquadra de Intervenção e Fiscalização Policial (EIFP), não foram proferidas ameaças e não estão consignados prémios".
"São apenas definidas operações a nível de EIFP, que são depois executadas pelas diferentes Equipas de Intervenção Rápida", referiu a Direcção Nacional reforçando que "invoca o facto das variáveis detenções ou autuações não serem consideradas para avaliar qualquer elemento policial".
"Face às movimentações de recursos humanos que se verificaram na IEFP da 5ª Divisão, nomeadamente a saída de elementos daquela Esquadra para o Comando Metropolitano do Porto, o comandante daquela divisão, após a redefinição das Equipas de Intervenção Rápida reuniu esta semana com todo o efectivo no sentido de clarificar as missões que estão consignadas àquelas equipas e os deveres inerentes ao serviço", adianta a Direcção Nacional.
Segundo a Direcção Nacional, "nesta reunião ficou clarificado o âmbito da missão, nomeadamente a prossecução de operações policiais e o desenvolvimento de relatórios no fim do serviço que determinarão uma adequada percepção do trabalho desenvolvido durante o turno".
"Código de Conduta"
De acordo com o relato feito à Lusa por elementos daquela Divisão, está a ser implantado um denominado "Código de Conduta" pelo 2º Comandante e criado um "ranking" mensal onde só têm ascensão na carreira e "prémios de produtividade" os elementos que passarem mais multas. A partir de segunda-feira esta situação estende-se também aos polícias que fizerem mais detenções.
Relataram que as pessoas estão a ser informadas individualmente pelo próprio Comissário Carvalho da Silva, em conversa no seu gabinete, a sós ou acompanhados pelo chefe de Secção. Quando não atingem os objectivos alegadamente estabelecidos, dizem estar a ser chamados e confrontados com ameaças de saída da Secção onde se encontram ou saída da Divisão.
"Os graduados são obrigados a chamar diariamente à atenção os agentes para que efectuem mais autuações", disse uma das fontes, acrescentando que há dias em que são feitas operações STOP de manhã e outra à tarde.
As mesmas fontes adiantaram que estes procedimentos estão a ser transmitidos também aos novos elementos que chegam à 5ª Divisão, "para que sintam as mudanças e aprendam que têm de autuar".
Segundo os testemunhos, esta situação está a criar "um grave mal-estar" entre oficiais, subchefes e agentes, que receiam resistir às ordens de aumentar o nível de autuações e de detenções.
Sindicato Unificado de Polícia contra "forma de actuação"
Em declarações à Lusa, o presidente do Sindicato Unificado de Polícia, Peixoto Rodrigues, confirmou a existência destas pressões para aumentar a quantidade de multas e especificou que estas situações sucedem mais nas Equipas de Intervenção e Fiscalização Policial, relativamente às Secções de Intervenção Rápida.
Peixoto Rodrigues afirmou que os elementos da PSP "não podem aceitar estas situações, que estão a gerar um grande desgaste no seio do pessoal da 5ª Divisão" e que o Sindicato Unificado de Polícia "está contra esta forma de actuação".
O dirigente sindical relatou que a argumentação para estas listas é a falta de produtividade, mas realçou que a produtividade não se mede por autuações.
Peixoto Rodrigues sublinhou que a primeira função policial é prevenir e combater a criminalidade, num efectivo policiamento de proximidade para com o cidadão, e não a caça à multa.
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Foi você que pediu um pouco de respeito?
Os indicadores de uma tímida recuperação económica têm admitido os mais variados comentários (de) políticos.
Sócrates, por exemplo, ao mesmo tempo que refere que é apenas um indicador, não perde nunca a oportunidade de usar esse facto como bandeira da sua gestão, alegadamente correcta e única. Assim como quem diz que tem consciência de que ainda não é grande coisa, em termos globais, mas que Portugal já deu os sinais necessários, e deu, e deu, e deu…
E vai repetindo para ficar na cabeça dos portugueses que foi o Governo que conseguiu isso. Esta, sim, é a verdadeira mensagem que o marketing político do Primeiro-ministro nos quer evidenciar: conseguimos e fomos nós. Não obstante o desemprego ainda ter de aumentar por mais um ano.
Sarkozi, pelos vistos, pensa de forma diversa. Sem grande necessidade de mentir aos franceses – que não lhe perdoariam – o Presidente francês respeita o seu povo e o seu discurso sai assim: "La crise, on en sortira quand le chômage commencera à reculer. C'est ma grille de lecture."
Ou seja, só sairemos da crise quando o desemprego começar a recuar. É a “grelha de leitura” do inquilino do Eliseu.
Para um povo que se respeita, só importa a verdade!
Para um povo que se amestra, todas as meias verdades são aceitáveis!
E viva o absolutismo!
Sócrates, por exemplo, ao mesmo tempo que refere que é apenas um indicador, não perde nunca a oportunidade de usar esse facto como bandeira da sua gestão, alegadamente correcta e única. Assim como quem diz que tem consciência de que ainda não é grande coisa, em termos globais, mas que Portugal já deu os sinais necessários, e deu, e deu, e deu…
E vai repetindo para ficar na cabeça dos portugueses que foi o Governo que conseguiu isso. Esta, sim, é a verdadeira mensagem que o marketing político do Primeiro-ministro nos quer evidenciar: conseguimos e fomos nós. Não obstante o desemprego ainda ter de aumentar por mais um ano.
Sarkozi, pelos vistos, pensa de forma diversa. Sem grande necessidade de mentir aos franceses – que não lhe perdoariam – o Presidente francês respeita o seu povo e o seu discurso sai assim: "La crise, on en sortira quand le chômage commencera à reculer. C'est ma grille de lecture."
Ou seja, só sairemos da crise quando o desemprego começar a recuar. É a “grelha de leitura” do inquilino do Eliseu.
Para um povo que se respeita, só importa a verdade!
Para um povo que se amestra, todas as meias verdades são aceitáveis!
E viva o absolutismo!
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
à boleia do jornal "Público" (sem comentários)
Prémio Nobel da Economia considera que a recessão vai continuar
Stiglitz: "A retoma económica é uma ilusão"
26.08.2009 - 18h04
Por AFP
O Prémio Nobel da Economia em 2001 Joseph Stiglitz considera que o mundo só entrará em recuperação económica dentro de quatro anos e que a tímida melhoria verificada actualmente é apenas uma "ilusão"."Dentro de quatro anos, ter-se-á saído da crise económica, mas ficar-se-á ao nível que se teria atingido caso se tivesse prosseguido uma via estável em vez de enceredar pela via da especulação", declarou Stiglitz numa entrevista dada à revista francesa Challenges, a publicar amanhã.
"A economia mundial continua fundamentalmente fraca", afirmou ainda. Na sua opinião, a quebra brutal dos stoks das empresas provocada pela crise está a atenuar-se, o que "dá a ilusão de uma melhoria" da conjuntura, mas a crise ainda não acabou. "Na verdade, caímos numa recessão normal".
O antigo conselheiro do presidente norte-americano Blill Clinton, recusa a ideia de que o regresso ao crescimento económico em certos países, como Japão, França, Alemanha, etc., significa o fim da recessão. "É falso", afirma peremptório. "Para a maioria das pessoas, há recessão quando se verifica uma elevada taxa de desemprego e quando é difícil encontrar um emprego. Para as empresas, há recessão quando possuem capacidades excedentárias", explica o economista.
Após um ano da falência da firma Lehnon Brothers, Stiglitz apela ao desmantelamento dos grandes bancos, "para que não possam fazer vacilar a economia ao menor erro" e como forma de reforçar a transparência dos mercados. "Deixa-se os bancos mudar as suas regras contabilísticas para não revelar as suas perdas", lastima-se Stiglitz.
Na sua opinião é criticável que os recentes apoios aos estabelecimentos financeiros estejam nomeadamente ligados às actividades especulativas do mercado.
Stiglitz: "A retoma económica é uma ilusão"
26.08.2009 - 18h04
Por AFP
O Prémio Nobel da Economia em 2001 Joseph Stiglitz considera que o mundo só entrará em recuperação económica dentro de quatro anos e que a tímida melhoria verificada actualmente é apenas uma "ilusão"."Dentro de quatro anos, ter-se-á saído da crise económica, mas ficar-se-á ao nível que se teria atingido caso se tivesse prosseguido uma via estável em vez de enceredar pela via da especulação", declarou Stiglitz numa entrevista dada à revista francesa Challenges, a publicar amanhã.
"A economia mundial continua fundamentalmente fraca", afirmou ainda. Na sua opinião, a quebra brutal dos stoks das empresas provocada pela crise está a atenuar-se, o que "dá a ilusão de uma melhoria" da conjuntura, mas a crise ainda não acabou. "Na verdade, caímos numa recessão normal".
O antigo conselheiro do presidente norte-americano Blill Clinton, recusa a ideia de que o regresso ao crescimento económico em certos países, como Japão, França, Alemanha, etc., significa o fim da recessão. "É falso", afirma peremptório. "Para a maioria das pessoas, há recessão quando se verifica uma elevada taxa de desemprego e quando é difícil encontrar um emprego. Para as empresas, há recessão quando possuem capacidades excedentárias", explica o economista.
Após um ano da falência da firma Lehnon Brothers, Stiglitz apela ao desmantelamento dos grandes bancos, "para que não possam fazer vacilar a economia ao menor erro" e como forma de reforçar a transparência dos mercados. "Deixa-se os bancos mudar as suas regras contabilísticas para não revelar as suas perdas", lastima-se Stiglitz.
Na sua opinião é criticável que os recentes apoios aos estabelecimentos financeiros estejam nomeadamente ligados às actividades especulativas do mercado.
MODAS
Em artigo publicado por João Ramos Almeida, o “Público” refere (sob os títulos
Percentagem dos quadros superiores e pessoal altamente qualificado duplicou
Duas décadas não reduziram o número dos trabalhadores pouco qualificados)
que “em 2007, os trabalhadores portugueses mantinham uma estrutura de qualificações muito semelhante à verificada duas décadas atrás. Os trabalhadores pouco qualificados eram 31 por cento da força de trabalho e, quase vinte anos depois, representavam a mesma percentagem do universo total”.
Ainda segundo o mesmo artigo, “a boa notícia é que os trabalhadores com elevadas formações subiram significativamente. Os quadros superiores passaram de 2,3 por cento para 6,9 por cento do total do pessoal ao serviço. E o mesmo parece ter acontecido aos quadros médios - de 1,9 para 4,7 por cento do total dos trabalhadores - ou aos quadros altamente qualificados - de 4,3 para 7,5 por cento”, em contraponto com os trabalhadores qualificados que desceram “sensivelmente - de 42,7 para 41 por cento. E o pessoal menos qualificado manteve um elevado peso na estrutura de qualificações - cerca de um terço”.
Citando uma nota da CGTP, "a evolução das qualificações evidencia duas realidades. O aumento dos quadros, superiores e médios, e de profissionais não qualificados coexiste com a baixa qualificação de uma parte significativa do emprego. Pior ainda é o facto de na presente década ter aumentado a percentagem dos trabalhadores com menores qualificações, o que indicia que muitos dos empregos que estão a ser criados, sobretudo nos serviços, continuam a obedecer ao padrão de baixos salários, baixas qualificações e precariedade".
Aquela Central sindical conclui, aliás, que "a fraca evolução das qualificações se fica a dever, igualmente, ao fraco investimento das empresas em formação profissional".
Depois de milhões e milhões gastos dos fundos europeus para a formação, o país continua na mesma!
Seria interessante analisar quantos dos quadros superiores são remunerados como tal ou se, apesar das suas habilitações e responsabilidades, são remunerados abaixo das suas qualificações.
De facto, não é raro ver-se em anúncios de emprego exigências de licenciatura para cargos de técnicos administrativos, por exemplo. E, muitas vezes, se vêem licenciados nas caixas dos bancos. Por aí fora…
Pessoalmente, estranho que se tenha exacerbado a “décalage” entre quadros e trabalhadores qualificados, parecendo que as empresas, numa linguagem próxima do futebolês, utilizam, preferencialmente, a táctica do “pontapé para a frente”, directamente da defesa para o ataque, sem passar pelo meio campo, mais ou menos tecnicista e construtor.
Mas, como os gurus das tácticas desportivas deixaram de dizer “pontapé para a frente” para adoptarem termos como “futebol directo” ou “jogo vertical”, talvez já não importe colocar questões tão simples como estas.
Percentagem dos quadros superiores e pessoal altamente qualificado duplicou
Duas décadas não reduziram o número dos trabalhadores pouco qualificados)
que “em 2007, os trabalhadores portugueses mantinham uma estrutura de qualificações muito semelhante à verificada duas décadas atrás. Os trabalhadores pouco qualificados eram 31 por cento da força de trabalho e, quase vinte anos depois, representavam a mesma percentagem do universo total”.
Ainda segundo o mesmo artigo, “a boa notícia é que os trabalhadores com elevadas formações subiram significativamente. Os quadros superiores passaram de 2,3 por cento para 6,9 por cento do total do pessoal ao serviço. E o mesmo parece ter acontecido aos quadros médios - de 1,9 para 4,7 por cento do total dos trabalhadores - ou aos quadros altamente qualificados - de 4,3 para 7,5 por cento”, em contraponto com os trabalhadores qualificados que desceram “sensivelmente - de 42,7 para 41 por cento. E o pessoal menos qualificado manteve um elevado peso na estrutura de qualificações - cerca de um terço”.
Citando uma nota da CGTP, "a evolução das qualificações evidencia duas realidades. O aumento dos quadros, superiores e médios, e de profissionais não qualificados coexiste com a baixa qualificação de uma parte significativa do emprego. Pior ainda é o facto de na presente década ter aumentado a percentagem dos trabalhadores com menores qualificações, o que indicia que muitos dos empregos que estão a ser criados, sobretudo nos serviços, continuam a obedecer ao padrão de baixos salários, baixas qualificações e precariedade".
Aquela Central sindical conclui, aliás, que "a fraca evolução das qualificações se fica a dever, igualmente, ao fraco investimento das empresas em formação profissional".
Depois de milhões e milhões gastos dos fundos europeus para a formação, o país continua na mesma!
Seria interessante analisar quantos dos quadros superiores são remunerados como tal ou se, apesar das suas habilitações e responsabilidades, são remunerados abaixo das suas qualificações.
De facto, não é raro ver-se em anúncios de emprego exigências de licenciatura para cargos de técnicos administrativos, por exemplo. E, muitas vezes, se vêem licenciados nas caixas dos bancos. Por aí fora…
Pessoalmente, estranho que se tenha exacerbado a “décalage” entre quadros e trabalhadores qualificados, parecendo que as empresas, numa linguagem próxima do futebolês, utilizam, preferencialmente, a táctica do “pontapé para a frente”, directamente da defesa para o ataque, sem passar pelo meio campo, mais ou menos tecnicista e construtor.
Mas, como os gurus das tácticas desportivas deixaram de dizer “pontapé para a frente” para adoptarem termos como “futebol directo” ou “jogo vertical”, talvez já não importe colocar questões tão simples como estas.
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sexta-feira, 21 de agosto de 2009
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Será verdade?
Será verdade?
Vendo-a pelo mesmo preço por que a comprei... chegou-me por email.
Mas, convenhamos, há coisas que nos fazem pensar se são verdade. A serem, desgraçado país...
--------------------------------------------------
O Tribunal de Contas ou outro orgão similar não supervisiona estas contas? Ou não haverá nenhum serviço que o faça? Porque isto passa-se a nível da Administração Local.
Dinheiro Público a SEM vergonha pública
Administração Regional de Saúde do Alentejo, I. P. - Aquisição de:1 armário persiana; 2 mesas de computador; 3 cadeiras c/rodízios, braços e costas altas: 97.560,00€
Eu não sei a quanto está o metro cúbico de material de escritório mas ou estes armários/mesas/cadeiras são de ouro sólido ou então não estou a ver onde é que 6 peças de mobiliário de escritório custam quase 100 000€. Alguém me elucida sobre esta questão?
Matosinhos Habit - MH - Reparação de porta de entrada do edifício: 142.320,00 €
Alguém sabe de que é feita esta porta que custa mais do que a minha casa?
Universidade do Algarve – Escola Superior de Tecnologia - Projecto Tempus – Viagem aérea Faro/Zagreb e regresso a Faro, para 1 pessoas no período de 3 a 6 de Dezembro de 2008: 33.745,00 €
Segundo o site da TAP a viagem mais cara que se encontra entre Faro-Zagreb-Faro em executiva é de cerca de 1700€. Dá uma pequena diferença de 32 000 €. Como é que é possível???
Município de Lagoa - 6 Kit de mala Piaggio Fly para as motorizadas do sector de àguas: 106.596,00 €
Pelo vistos fazer um "Pimp My Ride" nas motorizadas do Município de Lagoa fica carote!!
Município de Ílhavo - Fornecimento de 3 Computadores, 1 impressora de talões, 9 fones, 2 leitores opticos: 380.666,00 €
Estes computadores devem ser mesmo especiais para terem custado cerca de 100 000€ cada...Já para não falar nos restantes acessórios.
Município de Lagoa - Aquisição de fardamento para a fiscalização municipal: 391.970,00€
Eu não sei o que a Polícia Municipal de Lagoa veste, mas pelos vistos deve ser Haute-Couture.
Câmara Municipal de Loures - VINHO TINTO E BRANCO: 652.300,00 €
Alguém me explica porque é que a Câmara Municipal de Loures precisa de mais de meio milhão de Euros em Vinho Tinto e Branco????
Municipio de Vale de Cambra - AQUISIÇÃO DE VIATURA LIGEIRO DE MERCADORIAS: 1.236.000,00 €
Neste contrato ficamos a saber que uma viatura ligeira de mercadorias da Renault custa cerca de 1 milhão de Euros. Impressionante.
Câmara Municipal de Sines - Aluguer de tenda para inauguração do Museu do Castelo de Sines: 1.236.500,00 €
É interessante perceber que uma tenda custa mais ou menos o mesmo que um ligeiro de mercadorias da Renault. E eu que estava a ser tão injusto com o município de Vale de Cambra.
Municipio de Vale de Cambra - AQUISIÇÃO DE VIATURA DE 16 LUGARES PARA TRANSPORTE DE CRIANÇAS: 2.922.000,00 €
E mais uma pérola do Município de Vale de Cambra: uma viatura de 16 lugares para transportar crianças custa cerca de 3 milhões de Euros. I-M-P-R-E-S-S-I-O-N-A-N-T-E!!!!
Município de Beja - Fornecimento de 1 fotocopiadora, "Multifuncional do tipo IRC3080I", para a Divisão de Obras Municipais: 6.572.983,00 €
Este contrato público é um dos mais vergonhosos que se encontra neste site. Uma fotocopiadora que custa normalmente 7,698.42€ foi comprada por mais de 6,5 milhões de Euros. E ninguém vai preso por merdas como esta?
Agência para a ModernizaçãoAdministrativa, IP - Renovação do Licenciamento de software Microsoft: 14.360.063,00 €
E para finalizar, a pérola do software proprietário. Não admira que a Microsoft goste tanto de Portugal. Mais de 14 milhões de Euros em licenças...
Vendo-a pelo mesmo preço por que a comprei... chegou-me por email.
Mas, convenhamos, há coisas que nos fazem pensar se são verdade. A serem, desgraçado país...
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O Tribunal de Contas ou outro orgão similar não supervisiona estas contas? Ou não haverá nenhum serviço que o faça? Porque isto passa-se a nível da Administração Local.
Dinheiro Público a SEM vergonha pública
Administração Regional de Saúde do Alentejo, I. P. - Aquisição de:1 armário persiana; 2 mesas de computador; 3 cadeiras c/rodízios, braços e costas altas: 97.560,00€
Eu não sei a quanto está o metro cúbico de material de escritório mas ou estes armários/mesas/cadeiras são de ouro sólido ou então não estou a ver onde é que 6 peças de mobiliário de escritório custam quase 100 000€. Alguém me elucida sobre esta questão?
Matosinhos Habit - MH - Reparação de porta de entrada do edifício: 142.320,00 €
Alguém sabe de que é feita esta porta que custa mais do que a minha casa?
Universidade do Algarve – Escola Superior de Tecnologia - Projecto Tempus – Viagem aérea Faro/Zagreb e regresso a Faro, para 1 pessoas no período de 3 a 6 de Dezembro de 2008: 33.745,00 €
Segundo o site da TAP a viagem mais cara que se encontra entre Faro-Zagreb-Faro em executiva é de cerca de 1700€. Dá uma pequena diferença de 32 000 €. Como é que é possível???
Município de Lagoa - 6 Kit de mala Piaggio Fly para as motorizadas do sector de àguas: 106.596,00 €
Pelo vistos fazer um "Pimp My Ride" nas motorizadas do Município de Lagoa fica carote!!
Município de Ílhavo - Fornecimento de 3 Computadores, 1 impressora de talões, 9 fones, 2 leitores opticos: 380.666,00 €
Estes computadores devem ser mesmo especiais para terem custado cerca de 100 000€ cada...Já para não falar nos restantes acessórios.
Município de Lagoa - Aquisição de fardamento para a fiscalização municipal: 391.970,00€
Eu não sei o que a Polícia Municipal de Lagoa veste, mas pelos vistos deve ser Haute-Couture.
Câmara Municipal de Loures - VINHO TINTO E BRANCO: 652.300,00 €
Alguém me explica porque é que a Câmara Municipal de Loures precisa de mais de meio milhão de Euros em Vinho Tinto e Branco????
Municipio de Vale de Cambra - AQUISIÇÃO DE VIATURA LIGEIRO DE MERCADORIAS: 1.236.000,00 €
Neste contrato ficamos a saber que uma viatura ligeira de mercadorias da Renault custa cerca de 1 milhão de Euros. Impressionante.
Câmara Municipal de Sines - Aluguer de tenda para inauguração do Museu do Castelo de Sines: 1.236.500,00 €
É interessante perceber que uma tenda custa mais ou menos o mesmo que um ligeiro de mercadorias da Renault. E eu que estava a ser tão injusto com o município de Vale de Cambra.
Municipio de Vale de Cambra - AQUISIÇÃO DE VIATURA DE 16 LUGARES PARA TRANSPORTE DE CRIANÇAS: 2.922.000,00 €
E mais uma pérola do Município de Vale de Cambra: uma viatura de 16 lugares para transportar crianças custa cerca de 3 milhões de Euros. I-M-P-R-E-S-S-I-O-N-A-N-T-E!!!!
Município de Beja - Fornecimento de 1 fotocopiadora, "Multifuncional do tipo IRC3080I", para a Divisão de Obras Municipais: 6.572.983,00 €
Este contrato público é um dos mais vergonhosos que se encontra neste site. Uma fotocopiadora que custa normalmente 7,698.42€ foi comprada por mais de 6,5 milhões de Euros. E ninguém vai preso por merdas como esta?
Agência para a ModernizaçãoAdministrativa, IP - Renovação do Licenciamento de software Microsoft: 14.360.063,00 €
E para finalizar, a pérola do software proprietário. Não admira que a Microsoft goste tanto de Portugal. Mais de 14 milhões de Euros em licenças...
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Lendo o "i"
"Jornalistas estão muito à frente do Ministério Público"
por Inês Cardoso, Publicado em 18 de Agosto de 2009 (Jornal “i”)
Bastonária dos Notários quer dar formação sobre prova documental a magistrados
Os jornalistas estão mais à frente na investigação de casos que envolvem o primeiro-ministro que o próprio Ministério Público. Quem o diz é a bastonária da Ordem dos Notários, que, se ganhar as eleições a 12 de Setembro, inclui entre as prioridades do próximo mandato realizar acções de formação para magistrados. O objectivo é explicar a importância de recursos documentais disponíveis nos arquivos dos notários.Quando começaram a ser divulgadas eventuais irregularidades na compra do apartamento em que vive José Sócrates, na Rua Castilho, ao contrário do que aconteceu com os jornalistas, o Ministério Público não solicitou informações à Ordem dos Notários. "Fiquei seriamente preocupada quando percebi que, neste caso, os jornalistas estavam muito à frente", afirma Carla Soares ao i. "Tenho noção de que a investigação criminal em Portugal se faz por via dos jornais." A polémica estalou em Abril, quando foi noticiado que Carla Soares tinha enviado a todos os notários um pedido de informações sobre escrituras envolvendo José Sócrates ou familiares. Hoje continua a não ter dúvidas de que essa informação é pública, mas admite que a certa altura deixou de receber respostas por parte dos colegas, que "ficaram um pouco intimidados". "A pressão foi muita."O problema seria ultrapassado, na sua opinião, se fosse criada uma base central de escrituras. Pediu à Comissão Nacional de Protecção de Dados um parecer e a legalização dessa base. "Estou à espera desde Novembro", lamenta.Em investigação no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) continua o desaparecimento dos documentos que suportavam a escritura notarial e identificavam a empresa offshore que vendeu o apartamento no Heron Castilho a Maria Adelaide Carvalho Monteiro, mãe do primeiro-ministro. Os livros do cartório são numerados e faltam exclusivamente as folhas relacionadas com a escritura. "Alguém as tirou deliberadamente", sublinha."A investigação está a decorrer, mas pelo que nos tem sido dito provavelmente o Ministério Público vai deduzir acusação contra desconhecidos", explica Carla Soares. "É muito difícil descobrir quem desencaminhou os documentos.
Críticas em livro
Frontal e sem meias palavras nas críticas, a bastonária de novo candidata lança a 4 de Novembro um livro que analisa as "contra-reformas" legislativas dos últimos anos. Carla Soares já ofereceu uma versão resumida ao ministro da Justiça, que "não gostou nada do título" - "O XVII Governo Constitucional e a Reforma dos Registos e do Notariado: Um Erro Conceptual". Apesar da imagem simpática de desburocratização que o Simplex transmite à opinião pública, a bastonária assegura que está a ser posta em causa a segurança jurídica de negócios e contratos. Um exemplo? As alterações feitas, a 1 de Janeiro, à identificação da licença de utilização nos registos de propriedade. "No registo não se diz se a licença é total ou parcial, logo pode não ser do andar que estou a vender", explica. A segurança dos contratos é, alerta, vantajosa para toda a comunidade e não apenas para quem faz um negócio. Não só porque todos somos potenciais compradores de um bem no futuro, como porque a segurança "evita litígios que congestionam ainda mais os tribunais". O problema da segurança jurídica já suscitou uma queixa para a Provedoria de Justiça. Da parte do governo, Carla Soares diz não sentir "preocupação e sobretudo modéstia" de se aconselhar "com quem está no terreno".
por Inês Cardoso, Publicado em 18 de Agosto de 2009 (Jornal “i”)
Bastonária dos Notários quer dar formação sobre prova documental a magistrados
Os jornalistas estão mais à frente na investigação de casos que envolvem o primeiro-ministro que o próprio Ministério Público. Quem o diz é a bastonária da Ordem dos Notários, que, se ganhar as eleições a 12 de Setembro, inclui entre as prioridades do próximo mandato realizar acções de formação para magistrados. O objectivo é explicar a importância de recursos documentais disponíveis nos arquivos dos notários.Quando começaram a ser divulgadas eventuais irregularidades na compra do apartamento em que vive José Sócrates, na Rua Castilho, ao contrário do que aconteceu com os jornalistas, o Ministério Público não solicitou informações à Ordem dos Notários. "Fiquei seriamente preocupada quando percebi que, neste caso, os jornalistas estavam muito à frente", afirma Carla Soares ao i. "Tenho noção de que a investigação criminal em Portugal se faz por via dos jornais." A polémica estalou em Abril, quando foi noticiado que Carla Soares tinha enviado a todos os notários um pedido de informações sobre escrituras envolvendo José Sócrates ou familiares. Hoje continua a não ter dúvidas de que essa informação é pública, mas admite que a certa altura deixou de receber respostas por parte dos colegas, que "ficaram um pouco intimidados". "A pressão foi muita."O problema seria ultrapassado, na sua opinião, se fosse criada uma base central de escrituras. Pediu à Comissão Nacional de Protecção de Dados um parecer e a legalização dessa base. "Estou à espera desde Novembro", lamenta.Em investigação no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) continua o desaparecimento dos documentos que suportavam a escritura notarial e identificavam a empresa offshore que vendeu o apartamento no Heron Castilho a Maria Adelaide Carvalho Monteiro, mãe do primeiro-ministro. Os livros do cartório são numerados e faltam exclusivamente as folhas relacionadas com a escritura. "Alguém as tirou deliberadamente", sublinha."A investigação está a decorrer, mas pelo que nos tem sido dito provavelmente o Ministério Público vai deduzir acusação contra desconhecidos", explica Carla Soares. "É muito difícil descobrir quem desencaminhou os documentos.
Críticas em livro
Frontal e sem meias palavras nas críticas, a bastonária de novo candidata lança a 4 de Novembro um livro que analisa as "contra-reformas" legislativas dos últimos anos. Carla Soares já ofereceu uma versão resumida ao ministro da Justiça, que "não gostou nada do título" - "O XVII Governo Constitucional e a Reforma dos Registos e do Notariado: Um Erro Conceptual". Apesar da imagem simpática de desburocratização que o Simplex transmite à opinião pública, a bastonária assegura que está a ser posta em causa a segurança jurídica de negócios e contratos. Um exemplo? As alterações feitas, a 1 de Janeiro, à identificação da licença de utilização nos registos de propriedade. "No registo não se diz se a licença é total ou parcial, logo pode não ser do andar que estou a vender", explica. A segurança dos contratos é, alerta, vantajosa para toda a comunidade e não apenas para quem faz um negócio. Não só porque todos somos potenciais compradores de um bem no futuro, como porque a segurança "evita litígios que congestionam ainda mais os tribunais". O problema da segurança jurídica já suscitou uma queixa para a Provedoria de Justiça. Da parte do governo, Carla Soares diz não sentir "preocupação e sobretudo modéstia" de se aconselhar "com quem está no terreno".
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segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Regressos à língua
“Em tempos, um meu professor de Língua Portuguesa costumava dizer que “a Língua é o povo que a faz”. Embora nem sempre as coisas se processem duma forma assim tão democrática, não deixa de ser verdade que o “povo” (ou será antes “os povos”?) é quem tem a última palavra a dizer, no que se refere ao rumo que toma ou não toma a evolução da Língua. Em todo o caso, a Língua é indiscutivelmente um elemento dinâmico e multifacetado, é um elemento vivo, que cresce e que continuamente se transforma. Mas essa transformação não é operada por decreto e, portanto, vai ocorrendo gradualmente e de forma muito pouco homogénea. Por esse motivo, saber conviver com as diferentes variantes de uma mesma língua é um imperativo moral. Não o fazer, querendo impor a outrem uma determinada cultura que não se lhe ajusta, é ir contra os princípios sobre os quais assenta a nossa Constituição ou, diria mesmo, como continuar a viver no tempo longínquo dos descobrimentos, em que os nossos navegantes partiam incumbidos da missão de colonizar novas terras e de converter os seus habitantes à cultura “certa”, oficial, despojando-os dos seus bens materiais e das suas tradições.”
(Victor Domingos, A Língua Portuguesa no Alto Minho).
“Este e-book é distribuído gratuitamente coa devida autorização do autor. É (permitida) encorajada a sua impressão e redistribuição em papel ou em formato digital, desde que todo o seu conteúdo se mantenha inalterado.”
(Idem, ibidem)
(Victor Domingos, A Língua Portuguesa no Alto Minho).
“Este e-book é distribuído gratuitamente coa devida autorização do autor. É (permitida) encorajada a sua impressão e redistribuição em papel ou em formato digital, desde que todo o seu conteúdo se mantenha inalterado.”
(Idem, ibidem)
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quinta-feira, 13 de agosto de 2009
"Um rei assim"
Não sou indefectível de Saramago. Acho que se enganaram quando lhe outorgaram o Nobel. Para mim, antes dele, deveria ter ganho Cardoso Pires; depois dele, ou em vez dele, Lobo Antunes.
Claro que há quem discorde. Nada contra. Não tenho complexos de infalibilidade. Trata-se apenas de uma opinião como as outras. Só que minha!
Mas essa não coincidência, política e estética (também os restantes mencionados não comungam as mesmas ideias políticas que eu, mas não sou sectário), não me coíbe de trazer aqui um artigo de José Saramago, publicado ontem no Diário de Notícias, sob o título: "Um rei assim".
Faço-o apenas por vingança!
É que os monárquicos meteram-se comigo por causa do Sr. D. Duarte. Respondi á letra, não tugiram nem mugiram.
Sei que José Saramago não lê o meu blogue. Não escreveu, por isso, o artigo para defender a minha honra. Mas sinto-me de certa forma vingado por este artigo. Porque li o "Memorial do Convento", porque ri com os "traques" de Sua Alteza Real D. João V e adorei Blimunda. E Mafra, com o seu convento, faz parte do meu histórico militar, já que frequentei aí o primeiro e segundo ciclos do Curso de Oficiais Milicianos, com todo o cortejo de recordações que o serviço militar sempre deixa.
Os seguidores do Senhor D. Duarte não me responderam mais. Pois assoem-se lá a este lenço. Bordado a Prémio Nobel. Assoem-se, dobrem o lenço pelas pregas e coloquem-no nos vossos (nobres) bolsos reais. Fica-vos bem uma prosa destas.
Eis, então, o que escreveu José Saramago:
O rei assim é o sr. D. Duarte de Bragança, pessoa medianamente instruída graças aos preceptores que lhe puseram logo à nascença, mas que, não obstante, detesta a literatura em geral e o que escrevo em particular, primeiramente porque considera que no Memorial do Convento lhe insultei a família e em segundo lugar porque a dita obra é, de acordo com o seu requintado linguajar de pretendente ao trono, uma "grande merda". Não leu o livro, mas é evidente que o cheirou. Compreende-se, portanto, que, durante todos estes anos, eu não tenha incluído o sr. D. Duarte, de Bragança, note-se, na escolhida lista dos meus amigos políticos. Não me importo de levar uma bofetada de vez em quando, mas a virtude cristã de oferecer ao agressor a outra face é virtude que não cultivo. Tenho-me desforrado apreciando devidamente as qualidades de humorista involuntário que este neto do senhor D. João V manifesta sempre que tem de abrir a boca. Devo-lhe algumas das mais saborosas gargalhadas da minha vida.
Isso acabou, a monarquia foi restaurada e há que ter muito cuidado com as palavras, não vão aparecer por aí, redivivos, o intendente Pina Manique ou o inspector Rosa Casaco. Como que restaurada a monarquia? perguntarão os meus leitores, estupefactos. Sim senhor, restaurada, afirmou-o quem tem as melhores razões para dizê-lo, o próprio pretendente. Que já não é pretendente, uma vez que a monarquia acaba de ser-nos restituída pelo drapejar da bandeira azul e branca na varanda da Câmara Municipal de Lisboa. Os moços do 31 da Armada (assim os escaladores se designam a si mesmos) têm já o seu lugar assegurado na História de Portugal, ao lado da padeira de Aljubarrota de quem se desconfia que afinal não matou castelhano nenhum. Não é o caso de agora, A bandeira esteve lá durante alguma horas (haverá um monárquico infiltrado na Câmara para ter impedido a retirada imediata?), pretende-se averiguar quem foram os autores da façanha, e isto acabará como sempre, em comédia, em farsa, em chacota. O sr. D. Duarte não tem estaleca para exigir na praça pública, perante a população reunida, que lhe sejam entregues a coroa, o ceptro e o trono.
É pena que uma tão gloriosa acção vá acabar assim. Mas como, no fundo, sou uma pessoa cordata, amiga de ajudar o próximo, deixo aqui uma sugestão para o sr. D. Duarte de Bragança. Crie já uma equipa de futebol, uma equipa toda de jogadores monárquicos, treinador monárquico, massagista monárquico, todos monárquicos e, se possível, de sangue azul. Garanto-lhe que se chega a ganhar a liga, o país, este país que tão bem conhecemos se ajoelhará a seus pés.
Claro que há quem discorde. Nada contra. Não tenho complexos de infalibilidade. Trata-se apenas de uma opinião como as outras. Só que minha!
Mas essa não coincidência, política e estética (também os restantes mencionados não comungam as mesmas ideias políticas que eu, mas não sou sectário), não me coíbe de trazer aqui um artigo de José Saramago, publicado ontem no Diário de Notícias, sob o título: "Um rei assim".
Faço-o apenas por vingança!
É que os monárquicos meteram-se comigo por causa do Sr. D. Duarte. Respondi á letra, não tugiram nem mugiram.
Sei que José Saramago não lê o meu blogue. Não escreveu, por isso, o artigo para defender a minha honra. Mas sinto-me de certa forma vingado por este artigo. Porque li o "Memorial do Convento", porque ri com os "traques" de Sua Alteza Real D. João V e adorei Blimunda. E Mafra, com o seu convento, faz parte do meu histórico militar, já que frequentei aí o primeiro e segundo ciclos do Curso de Oficiais Milicianos, com todo o cortejo de recordações que o serviço militar sempre deixa.
Os seguidores do Senhor D. Duarte não me responderam mais. Pois assoem-se lá a este lenço. Bordado a Prémio Nobel. Assoem-se, dobrem o lenço pelas pregas e coloquem-no nos vossos (nobres) bolsos reais. Fica-vos bem uma prosa destas.
Eis, então, o que escreveu José Saramago:
O rei assim é o sr. D. Duarte de Bragança, pessoa medianamente instruída graças aos preceptores que lhe puseram logo à nascença, mas que, não obstante, detesta a literatura em geral e o que escrevo em particular, primeiramente porque considera que no Memorial do Convento lhe insultei a família e em segundo lugar porque a dita obra é, de acordo com o seu requintado linguajar de pretendente ao trono, uma "grande merda". Não leu o livro, mas é evidente que o cheirou. Compreende-se, portanto, que, durante todos estes anos, eu não tenha incluído o sr. D. Duarte, de Bragança, note-se, na escolhida lista dos meus amigos políticos. Não me importo de levar uma bofetada de vez em quando, mas a virtude cristã de oferecer ao agressor a outra face é virtude que não cultivo. Tenho-me desforrado apreciando devidamente as qualidades de humorista involuntário que este neto do senhor D. João V manifesta sempre que tem de abrir a boca. Devo-lhe algumas das mais saborosas gargalhadas da minha vida.
Isso acabou, a monarquia foi restaurada e há que ter muito cuidado com as palavras, não vão aparecer por aí, redivivos, o intendente Pina Manique ou o inspector Rosa Casaco. Como que restaurada a monarquia? perguntarão os meus leitores, estupefactos. Sim senhor, restaurada, afirmou-o quem tem as melhores razões para dizê-lo, o próprio pretendente. Que já não é pretendente, uma vez que a monarquia acaba de ser-nos restituída pelo drapejar da bandeira azul e branca na varanda da Câmara Municipal de Lisboa. Os moços do 31 da Armada (assim os escaladores se designam a si mesmos) têm já o seu lugar assegurado na História de Portugal, ao lado da padeira de Aljubarrota de quem se desconfia que afinal não matou castelhano nenhum. Não é o caso de agora, A bandeira esteve lá durante alguma horas (haverá um monárquico infiltrado na Câmara para ter impedido a retirada imediata?), pretende-se averiguar quem foram os autores da façanha, e isto acabará como sempre, em comédia, em farsa, em chacota. O sr. D. Duarte não tem estaleca para exigir na praça pública, perante a população reunida, que lhe sejam entregues a coroa, o ceptro e o trono.
É pena que uma tão gloriosa acção vá acabar assim. Mas como, no fundo, sou uma pessoa cordata, amiga de ajudar o próximo, deixo aqui uma sugestão para o sr. D. Duarte de Bragança. Crie já uma equipa de futebol, uma equipa toda de jogadores monárquicos, treinador monárquico, massagista monárquico, todos monárquicos e, se possível, de sangue azul. Garanto-lhe que se chega a ganhar a liga, o país, este país que tão bem conhecemos se ajoelhará a seus pés.
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em português nos entendemos
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Cascais: PSP viu vítima a arder e agressor com garrafa de álcool na mão
Juiz solta homem que lançou fogo à mulher
(in Correio da Manhã)
Um juiz do Tribunal de Cascais deixou ontem à solta o homem, de 47 anos, que foi apanhado, em flagrante, a incendiar a companheira depois de a regar com álcool etílico. O agressor foi surpreendido em casa pelos agentes da PSP do Estoril, ainda com a garrafa de líquido combustível na mão, impávido, sem prestar auxílio à mulher que, aterrorizada, tentava apagar as chamas que a devoravam.
Pouco passava das 20h30 de anteontem quando os gritos de Gertrudes Flamino, 46 anos, ecoaram na rua de MiraGolfe, Estoril. Os vizinhos chamaram a PSP, tendo uma patrulha acorrido logo ao local.
Os dois agentes chegaram à Vivenda Jú a tempo de ouvir os pedidos de socorro. Face à falta de resposta do interior da moradia, forçaram a entrada. Gertrudes, dona da vivenda, tentava apagar as chamas que lhe atingiam o peito, as costas e as pernas.
Sentado na mesa da sala, com a garrafa de álcool na mão, o companheiro nada fazia para a ajudar. Só a intervenção dos polícias permitiu apagar o fogo que aterrorizava a vítima. Presente ontem de manhã ao juiz, o autor da agressão a Gertrudes aguarda julgamento com apresentações semanais à PSP do Estoril.
Juiz solta homem que lançou fogo à mulher
(in Correio da Manhã)
Um juiz do Tribunal de Cascais deixou ontem à solta o homem, de 47 anos, que foi apanhado, em flagrante, a incendiar a companheira depois de a regar com álcool etílico. O agressor foi surpreendido em casa pelos agentes da PSP do Estoril, ainda com a garrafa de líquido combustível na mão, impávido, sem prestar auxílio à mulher que, aterrorizada, tentava apagar as chamas que a devoravam.
Pouco passava das 20h30 de anteontem quando os gritos de Gertrudes Flamino, 46 anos, ecoaram na rua de MiraGolfe, Estoril. Os vizinhos chamaram a PSP, tendo uma patrulha acorrido logo ao local.
Os dois agentes chegaram à Vivenda Jú a tempo de ouvir os pedidos de socorro. Face à falta de resposta do interior da moradia, forçaram a entrada. Gertrudes, dona da vivenda, tentava apagar as chamas que lhe atingiam o peito, as costas e as pernas.
Sentado na mesa da sala, com a garrafa de álcool na mão, o companheiro nada fazia para a ajudar. Só a intervenção dos polícias permitiu apagar o fogo que aterrorizava a vítima. Presente ontem de manhã ao juiz, o autor da agressão a Gertrudes aguarda julgamento com apresentações semanais à PSP do Estoril.
Cautela e caldos de galinha...
“Sexo” é o quarto termo mais procurado por crianças na internet
(Sentido das Letras, in MSN Notícias)
O termo de pesquisa mais popular entre crianças e adolescentes é ‘YouTube’. Depois de “Google” e “Facebook”, o quarto termo mais procurado é “sexo”.
A companhia de segurança de computadores Symantec identificou os cem principais termos de pesquisas realizadas entre Fevereiro e Julho através do serviço de segurança familiar OnlineFamily.Norton, que monitoriza o uso da Internet entre crianças e adolescentes.
A Symantec descobriu que o termo mais popular de busca nessa faixa de público foi “YouTube”. “Google” é o segundo termo mais popular, e o “Yahoo” aparece na sétima posição. O site de redes sociais “Facebook” ficou em terceiro e o “MySpace” em quinto.
As palavras "sex" e "porn" também entraram na lista dos dez termos mais pesquisados, aparecendo nas quarta e sexta posições, respectivamente.
Outros termos populares incluem Michael Jackson, eBay, Wikipedia, a actriz Miley Cyrus, que interpreta a personagem Hannah Montana numa série da Disney, Taylor Swift, Webkinz, Club Penguin, e a música "Boom Boom Pow", da banda Black Eyed Peas.
A representante da Symantec para segurança na Internet, Marian Merritt, afirmou que a lista mostra que os pais precisam de ter consciência sobre o que seus filhos estão a fazer online. Esta lista, "também ajuda a identificar momentos em que os pais devem falar com seus filhos sobre comportamento apropriado na internet e outras questões relacionadas à vida online de suas crianças", afirmou em comunicado da empresa.
(Sentido das Letras, in MSN Notícias)
O termo de pesquisa mais popular entre crianças e adolescentes é ‘YouTube’. Depois de “Google” e “Facebook”, o quarto termo mais procurado é “sexo”.
A companhia de segurança de computadores Symantec identificou os cem principais termos de pesquisas realizadas entre Fevereiro e Julho através do serviço de segurança familiar OnlineFamily.Norton, que monitoriza o uso da Internet entre crianças e adolescentes.
A Symantec descobriu que o termo mais popular de busca nessa faixa de público foi “YouTube”. “Google” é o segundo termo mais popular, e o “Yahoo” aparece na sétima posição. O site de redes sociais “Facebook” ficou em terceiro e o “MySpace” em quinto.
As palavras "sex" e "porn" também entraram na lista dos dez termos mais pesquisados, aparecendo nas quarta e sexta posições, respectivamente.
Outros termos populares incluem Michael Jackson, eBay, Wikipedia, a actriz Miley Cyrus, que interpreta a personagem Hannah Montana numa série da Disney, Taylor Swift, Webkinz, Club Penguin, e a música "Boom Boom Pow", da banda Black Eyed Peas.
A representante da Symantec para segurança na Internet, Marian Merritt, afirmou que a lista mostra que os pais precisam de ter consciência sobre o que seus filhos estão a fazer online. Esta lista, "também ajuda a identificar momentos em que os pais devem falar com seus filhos sobre comportamento apropriado na internet e outras questões relacionadas à vida online de suas crianças", afirmou em comunicado da empresa.
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Somos um país, no mínimo, intenso
Com as autarquias a prestarem um mau serviço aos consumidores, com os jovens a mentirem para terem apoios do estado, com linchamentos à porta de casa, com um rendimento de um milhão em roubos de tabaco em 2009, era muito bem feito que se nacionalizasse a banca comercial, como pretende o PCP. Estamos todos um pouco fartos das diatribes dos banqueiros, cujos clientes querem, depois, que seja o erário público a pagar.
Por isso, só nos faltava mesmo que o advogado de um dos famosos arguidos no caso Casa Pia (acusados pelos crimes de abuso sexual de várias crianças naquela instituição) tivesse visto a filha abusada por outro jurista, ainda por cima seu “amigo”. Há coincidências que cheiram a “justiça divina”, embora a criança seja talvez a única que não merecia um abuso destes. Mas, como ainda não há julgamento nem condenados, talvez ainda venha a provar-se que, apesar de ter havido abusados, não houve abusadores. Ou, quem sabe, apenas existiu um “bode expiatório”.
Só nos faltava também que alguns comportamentos anti-sociais (como lhes chama a Ministra da Saúde) andassem, por aí, criminosamente (digo eu), a espalhar a gripe A. Disse a ministra que uma mãe terá afirmado que, se lhe contagiaram a filha, ela contagiaria as outras crianças.
Para a ministra, pode ser o tal comportamento anti-social; para mim, é crime! Sem eufemismos.
Comportamento anti-social pode ser o facto de haver doentes infectados que se rejeitam a usar máscara. E fazem-no apenas por estupidez (coitados) e ignorância (duvidam?). Já lhes meteram tanta minhoca na cabeça que é fácil convencê-los de que isto é mais uma inventona para distrair o povo de outros problemas com que os políticos - esses, sim - nos infectaram. Criminosamente, diga-se!
E, finalmente, só nos faltava a “angústia” e o “desalento”do Prof. Campos e Cunha, ex-ministro das Finanças do Governo suportado pela presente legislatura e liderado pelo soi disant Eng.º José Sócrates. Este Professor, que bateu o recorde de estar menos tempo á frente de um ministério em Portugal, foi o primeiro a aperceber-se de quem era efectivamente José Sócrates e bateu com a porta por não concordar que um ministério manifestamente técnico tivesse de submeter-se aos políticos e aos seus timings muito pouco científicos.
Em entrevista, agora, ao diário “i”, não se coibiu de afirmar: “É um estilo de governação que não enfrenta os problemas do país de uma forma que eu penso que seja a tecnicamente correcta e politicamente acertada. É feita de uma forma politicamente arrogante e tecnicamente errada”.
Ora, com amigos assim, quem precisa de inimigos?
Andava o “nosso primeiro” a vender cosmética sonora para a arrogância, e vem a sua primeira escolha para Ministro das Finanças dizer uma coisa destas…
Campos e Cunha fez mais pela maioria relativa nas próximas eleições (e o consequente falhanço da maioria absoluta actual e aquela que a propaganda eleitoral irá pedir - ou já pede mesmo antes de a campanha se iniciar) do que toda a Oposição junta.
Ora digam-me lá se, com um país destes, precisamos de outro, tão intenso…
Por isso, só nos faltava mesmo que o advogado de um dos famosos arguidos no caso Casa Pia (acusados pelos crimes de abuso sexual de várias crianças naquela instituição) tivesse visto a filha abusada por outro jurista, ainda por cima seu “amigo”. Há coincidências que cheiram a “justiça divina”, embora a criança seja talvez a única que não merecia um abuso destes. Mas, como ainda não há julgamento nem condenados, talvez ainda venha a provar-se que, apesar de ter havido abusados, não houve abusadores. Ou, quem sabe, apenas existiu um “bode expiatório”.
Só nos faltava também que alguns comportamentos anti-sociais (como lhes chama a Ministra da Saúde) andassem, por aí, criminosamente (digo eu), a espalhar a gripe A. Disse a ministra que uma mãe terá afirmado que, se lhe contagiaram a filha, ela contagiaria as outras crianças.
Para a ministra, pode ser o tal comportamento anti-social; para mim, é crime! Sem eufemismos.
Comportamento anti-social pode ser o facto de haver doentes infectados que se rejeitam a usar máscara. E fazem-no apenas por estupidez (coitados) e ignorância (duvidam?). Já lhes meteram tanta minhoca na cabeça que é fácil convencê-los de que isto é mais uma inventona para distrair o povo de outros problemas com que os políticos - esses, sim - nos infectaram. Criminosamente, diga-se!
E, finalmente, só nos faltava a “angústia” e o “desalento”do Prof. Campos e Cunha, ex-ministro das Finanças do Governo suportado pela presente legislatura e liderado pelo soi disant Eng.º José Sócrates. Este Professor, que bateu o recorde de estar menos tempo á frente de um ministério em Portugal, foi o primeiro a aperceber-se de quem era efectivamente José Sócrates e bateu com a porta por não concordar que um ministério manifestamente técnico tivesse de submeter-se aos políticos e aos seus timings muito pouco científicos.
Em entrevista, agora, ao diário “i”, não se coibiu de afirmar: “É um estilo de governação que não enfrenta os problemas do país de uma forma que eu penso que seja a tecnicamente correcta e politicamente acertada. É feita de uma forma politicamente arrogante e tecnicamente errada”.
Ora, com amigos assim, quem precisa de inimigos?
Andava o “nosso primeiro” a vender cosmética sonora para a arrogância, e vem a sua primeira escolha para Ministro das Finanças dizer uma coisa destas…
Campos e Cunha fez mais pela maioria relativa nas próximas eleições (e o consequente falhanço da maioria absoluta actual e aquela que a propaganda eleitoral irá pedir - ou já pede mesmo antes de a campanha se iniciar) do que toda a Oposição junta.
Ora digam-me lá se, com um país destes, precisamos de outro, tão intenso…
domingo, 9 de agosto de 2009
Assim se vê por que razão o Benfica empatou com o Milan, ontem à noite, na Luz
Adeptos do Milan obrigam Ronaldinho a abandonar bar
09.08.2009, Manuel Assunção (PÚBLICO)
Alguns fãs do clube italiano não gostaram de ver dois jogadores da sua equipa,
o avançado e o guarda-redes Dida, num estabelecimento nocturno
Não é segredo nenhum. Ronaldinho Gaúcho, o jogador que durante vários anos mais entreteve os amantes do futebol, gosta de se divertir. Mas esta época, depois do jejum de títulos do AC Milan na época passada e especialmente depois do juramento, realizado em Junho perante os seus colegas e "incentivado" por Silvio Berlusconi, de que iria comportar-se como um grande profissional, era suposto divertir-se um pouco menos fora dos relvados. No entanto, na madrugada de sexta-feira, o brasileiro dos dribles indecifráveis foi visto por vários adeptos do Milan num bar a horas impróprias (1h30) para um futebolista. O grupo, alertado pela presença de Ronaldinho e do compatriota e colega de equipa Dida, abordou os atletas, gritando-lhes para regressarem a casa e exigindo-lhes que fossem descansar para os treinos dos dias seguintes, relatou o jornal La Gazzetta dello Sport.
Para evitar problemas, os dois futebolistas, que antes tinham estado a dançar e a ver um concerto do brasileiro Neguinho, abandonaram o bar por uma saída secundária. A geo-grafia tramou Ronaldinho, que não ganha nada desde 2006 e está longe das exibições que o tornaram no melhor do mundo em 2004 e 2005. Assano, onde decorria um festival latino-americano, fica a uma dezena de quilómetros de Milão. Nem foi sequer a primeira recaída do avançado de 29 anos, que uns dias antes também tinha tido uma noite de festa, sem incómodo, mas notada, em Castelldefels, perto de Barcelona.
Numa conjuntura diferente - com Kaká e Maldini, com títulos, com vitórias em vez de derrotas na pré-época -, talvez os adeptos do Milan se tivessem preocupado unicamente em garantir um autógrafo de "Il Dentone", como é conhecido em Itália, e não em reclamar. Mas este não tem sido um Verão fácil para os rossoneri, que acham que Ronaldinho terá melhores hipóteses de bailar no campo se não bailar fora dele.
Um esclarecimento: Ronaldinho sempre gostou de festas, de sambar e de sair à noite. Mas foi quando o seu rendimento caiu que as pessoas se passaram a importar com isso. A sua baixa de forma no Barcelona, que o despromoveu a suplente e em última instância originou a sua transferência para o Milan, foi associada ao seu comportamento extradesportivo, visto como um mau exemplo para jovens como Messi e Bojan Krkic.
Correu mundo uma fotografia, tirada após uma derrota caseira do clube catalão com o Liverpool, que o mostrava com barriga a mais para um profissional de futebol. Algum tempo depois, segundo a imprensa espanhola, Ronaldinho, oficialmente lesionado numa perna, dançou numa discoteca de Barcelona até às cinco da manhã, enquanto os seus colegas dormiam em Manchester antes de um jogo da Liga dos Campeões com o United.
09.08.2009, Manuel Assunção (PÚBLICO)
Alguns fãs do clube italiano não gostaram de ver dois jogadores da sua equipa,
o avançado e o guarda-redes Dida, num estabelecimento nocturno
Não é segredo nenhum. Ronaldinho Gaúcho, o jogador que durante vários anos mais entreteve os amantes do futebol, gosta de se divertir. Mas esta época, depois do jejum de títulos do AC Milan na época passada e especialmente depois do juramento, realizado em Junho perante os seus colegas e "incentivado" por Silvio Berlusconi, de que iria comportar-se como um grande profissional, era suposto divertir-se um pouco menos fora dos relvados. No entanto, na madrugada de sexta-feira, o brasileiro dos dribles indecifráveis foi visto por vários adeptos do Milan num bar a horas impróprias (1h30) para um futebolista. O grupo, alertado pela presença de Ronaldinho e do compatriota e colega de equipa Dida, abordou os atletas, gritando-lhes para regressarem a casa e exigindo-lhes que fossem descansar para os treinos dos dias seguintes, relatou o jornal La Gazzetta dello Sport.
Para evitar problemas, os dois futebolistas, que antes tinham estado a dançar e a ver um concerto do brasileiro Neguinho, abandonaram o bar por uma saída secundária. A geo-grafia tramou Ronaldinho, que não ganha nada desde 2006 e está longe das exibições que o tornaram no melhor do mundo em 2004 e 2005. Assano, onde decorria um festival latino-americano, fica a uma dezena de quilómetros de Milão. Nem foi sequer a primeira recaída do avançado de 29 anos, que uns dias antes também tinha tido uma noite de festa, sem incómodo, mas notada, em Castelldefels, perto de Barcelona.
Numa conjuntura diferente - com Kaká e Maldini, com títulos, com vitórias em vez de derrotas na pré-época -, talvez os adeptos do Milan se tivessem preocupado unicamente em garantir um autógrafo de "Il Dentone", como é conhecido em Itália, e não em reclamar. Mas este não tem sido um Verão fácil para os rossoneri, que acham que Ronaldinho terá melhores hipóteses de bailar no campo se não bailar fora dele.
Um esclarecimento: Ronaldinho sempre gostou de festas, de sambar e de sair à noite. Mas foi quando o seu rendimento caiu que as pessoas se passaram a importar com isso. A sua baixa de forma no Barcelona, que o despromoveu a suplente e em última instância originou a sua transferência para o Milan, foi associada ao seu comportamento extradesportivo, visto como um mau exemplo para jovens como Messi e Bojan Krkic.
Correu mundo uma fotografia, tirada após uma derrota caseira do clube catalão com o Liverpool, que o mostrava com barriga a mais para um profissional de futebol. Algum tempo depois, segundo a imprensa espanhola, Ronaldinho, oficialmente lesionado numa perna, dançou numa discoteca de Barcelona até às cinco da manhã, enquanto os seus colegas dormiam em Manchester antes de um jogo da Liga dos Campeões com o United.
Morreu Raul Solnado (A minha homenagem, transcrevendo do PÚBLICO)
Na galeria dos inesquecíveis
09.08.2009, Mário Zambujal
A meio da manhã, ligou-me o António Macedo, da Antena 1, com a voz tensa e a notícia de um rumor: constava que tinha morrido o Raul Solnado. Perturbado e um tanto incrédulo, dado que os nossos últimos encontros não pressagiavam tão brutal novidade, procurei informações junto de um amigo comum que o acompanhava sempre: o Manolo Bello. Era verdade. Duas horas antes destas amargas conversas, perdêramos do nosso convívio um homem raro, alguém que não fazia apenas parte de um círculo de amigos mas da existência dos portugueses todos. E nessa manhã negra de ontem, em homenagem à memória do Raul, tomei dois whiskies como tantas vezes fizemos juntos. E entristeci.
Não sei se volto a ter explosões de riso como as que me proporcionou o Raul nas noitadas livres de regras e conveniências em que contávamos anedotas e falávamos muito de mulheres e de pândegas. Nestes últimos anos, já não resistíamos a rememorar peripécias antigas e ríamos assim, em diferido, de episódios castiços de épocas vividas. E sei, sim, que Portugal empobreceu ao perder um cidadão invulgar, não apenas pelo talento do artista, como pelo carácter que o colocava ao lado das causas boas. Ele era aquilo que considero um intelectual de verdade: não apenas um erudito acumulador de ideias alheias mas um criativo leitor nas páginas da vida.
Por mais que a sensatez nos precate para a inevitabilidade da morte, e por muito que um tipo da minha geração se vá habituando à chamada para velórios e funerais, a notícia deste sábado de Agosto deixou-me a sensação terrível de que todos nós morremos um pouco. Não só quem teve o privilégio de o ter por perto. A profunda empatia entre o Raul e essa entidade vasta e contraditória a que chamamos "público" faz deste dia o luto não só familiar e dos amigos próximos, mas de um povo. Ele divertiu Portugal, que sempre precisou de quem o tirasse do sério e da sisudez. Mas o Raul, como bem provou quando chamado a outros "papéis" que não o de irresistível comediante, mostrou-se como o artista total, tão capaz da comédia como do drama, tão sagaz despertador do riso como intérprete de personagens díspares.
O que me consola a alma, neste momento desolado, é a certeza de que o Raul não deixa um vazio. Ele manterá o seu lugar no palco das artes e dos afectos e há-de pertencer a todas as gerações. Se me fosse permitido mandar agora um recado ao Raul, eu diria: "Quando chegar a minha vez, quero um lugar junto de ti. Muito nos havemos de rir". (Depoimento recolhido por Paula Torres de Carvalho)
09.08.2009, Mário Zambujal
A meio da manhã, ligou-me o António Macedo, da Antena 1, com a voz tensa e a notícia de um rumor: constava que tinha morrido o Raul Solnado. Perturbado e um tanto incrédulo, dado que os nossos últimos encontros não pressagiavam tão brutal novidade, procurei informações junto de um amigo comum que o acompanhava sempre: o Manolo Bello. Era verdade. Duas horas antes destas amargas conversas, perdêramos do nosso convívio um homem raro, alguém que não fazia apenas parte de um círculo de amigos mas da existência dos portugueses todos. E nessa manhã negra de ontem, em homenagem à memória do Raul, tomei dois whiskies como tantas vezes fizemos juntos. E entristeci.
Não sei se volto a ter explosões de riso como as que me proporcionou o Raul nas noitadas livres de regras e conveniências em que contávamos anedotas e falávamos muito de mulheres e de pândegas. Nestes últimos anos, já não resistíamos a rememorar peripécias antigas e ríamos assim, em diferido, de episódios castiços de épocas vividas. E sei, sim, que Portugal empobreceu ao perder um cidadão invulgar, não apenas pelo talento do artista, como pelo carácter que o colocava ao lado das causas boas. Ele era aquilo que considero um intelectual de verdade: não apenas um erudito acumulador de ideias alheias mas um criativo leitor nas páginas da vida.
Por mais que a sensatez nos precate para a inevitabilidade da morte, e por muito que um tipo da minha geração se vá habituando à chamada para velórios e funerais, a notícia deste sábado de Agosto deixou-me a sensação terrível de que todos nós morremos um pouco. Não só quem teve o privilégio de o ter por perto. A profunda empatia entre o Raul e essa entidade vasta e contraditória a que chamamos "público" faz deste dia o luto não só familiar e dos amigos próximos, mas de um povo. Ele divertiu Portugal, que sempre precisou de quem o tirasse do sério e da sisudez. Mas o Raul, como bem provou quando chamado a outros "papéis" que não o de irresistível comediante, mostrou-se como o artista total, tão capaz da comédia como do drama, tão sagaz despertador do riso como intérprete de personagens díspares.
O que me consola a alma, neste momento desolado, é a certeza de que o Raul não deixa um vazio. Ele manterá o seu lugar no palco das artes e dos afectos e há-de pertencer a todas as gerações. Se me fosse permitido mandar agora um recado ao Raul, eu diria: "Quando chegar a minha vez, quero um lugar junto de ti. Muito nos havemos de rir". (Depoimento recolhido por Paula Torres de Carvalho)
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
O Sr. JOSÉ (Sócrates carvalho pinto) DE SOUSA
O cidadão, Sr. José de Sousa, acompanhado da namorada e de um casal amigo, foi de férias para a Menorca, nas Baleares.
Como qualquer cidadão, tem direito a perder as malas. Voe pela TAP ou por qualquer outra companhia ibérica.
O Primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, acompanhado da namorada e de um casal amigo, foi de férias para a Menorca, nas Baleares.
Como Primeiro-ministro, devia salvaguardar melhor a bagagem, porque, embora tenha o mesmo direito de outro cidadão a perder as malas, voe pela TAP ou por qualquer outra companhia ibérica, é uma chatice ver extraviados os seus fatos de fino corte, pagos pelo contribuinte.
Ou não!
O Sr. José de Sousa – ou o soit disant Engenheiro José Sócrates – é coerente. Para ele, o que os contribuintes pagam merece-lhe muito pouca atenção. Se se perderem, compram-se outros fatos. Ou inventam-se outros impostos.
Ainda não me perguntei por que razão me deu um gozo imenso esta notícia. Mas hei-de questionar-me sobre isso. Até lá, vou esgrimindo, com um sorriso largo, as desventuras do político de Vilar de Maçada, Alijó, que me assombra os dias.
Bem feito!
Como qualquer cidadão, tem direito a perder as malas. Voe pela TAP ou por qualquer outra companhia ibérica.
O Primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, acompanhado da namorada e de um casal amigo, foi de férias para a Menorca, nas Baleares.
Como Primeiro-ministro, devia salvaguardar melhor a bagagem, porque, embora tenha o mesmo direito de outro cidadão a perder as malas, voe pela TAP ou por qualquer outra companhia ibérica, é uma chatice ver extraviados os seus fatos de fino corte, pagos pelo contribuinte.
Ou não!
O Sr. José de Sousa – ou o soit disant Engenheiro José Sócrates – é coerente. Para ele, o que os contribuintes pagam merece-lhe muito pouca atenção. Se se perderem, compram-se outros fatos. Ou inventam-se outros impostos.
Ainda não me perguntei por que razão me deu um gozo imenso esta notícia. Mas hei-de questionar-me sobre isso. Até lá, vou esgrimindo, com um sorriso largo, as desventuras do político de Vilar de Maçada, Alijó, que me assombra os dias.
Bem feito!
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quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Por falar em absolutismo
A práxis absolutista do Primeiro-ministro continua a fazer escola.
Iluminados, por inspiração divina, como divino é o poder de que foram investidos, os socialistas leram bem a cartilha de Luís XIV, esse “Rei Sol” que não se coibia de afirmar: “Aprés moi, le déluge”.
Nada nem ninguém se lhes compara!
Depois de tudo o que foi dito e feito – ou esquecido – pelos profissionais políticos do PS, a arrogância continua a ser a sua maior virtude. Arrogância, pesporrência, bazófia, pedantismo. Sinónimos paulatinamente conjugados pelas excelências do poder.
Ora, quando alguém lhes bate o pé ou levanta o véu dos seus pecados, ei-los a bramir “fatwas”, condenando ao inferno os infiéis.
Vimos isso com Sócrates, Maria de Lurdes, Mário Lino e, agora, com Carlos César. Incomodado com o “chumbo” do Tribunal Constitucional ao Estatuto Político-administrativo dos Açores, que o Presidente da República Cavaco Silva já vetara, foi aos arames, deixou cair o verniz, e há que vociferar contra tudo e contra todos.
Afirmando que não recebe “lições de portuguesismo” de nenhum titular de órgãos de soberania, referindo-se ao mais alto Magistrado da Nação e ao Presidente do Tribunal Constitucional, institucionalmente o garante da constitucionalidade da Nação, há que dizer que Cavaco Silva é um histórico inimigo da regionalização e lá foi ajuntando que não desistirá de lutar por um melhor estatuto.
O homem estava colérico, gaguejava… embora a sua voz melíflua mascarasse a raiva.
"Não temos medo de defender uma autonomia mais forte e aprofundada porque não recebemos lições de portuguesismo de nenhum juiz, nem de nenhum titular de qualquer órgão de soberania"…
Bem dito… “Toma lá, que é democrático!”
Claro que podíamos responder com o célebre “o que tu queres, sei eu” do comediante que eternizou este chavão.
Têm dúvidas? Então leiam:
"O que vale a pena agora não é discutir mais este assunto, mas concentrarmo-nos nas eleições legislativas para garantir um governo que nos continue a defender e uma maioria que proporcione um processo de revisão constitucional onde seja possível resolver as dúvidas e as insuficiências que agora se colocaram a propósito da revisão do Estatuto", defendeu.
Terminando, Carlos César haveria de confirmar: "a votação no PS é a resposta adequada a essas contrariedades".
Livra!
---------------------
Post-scriptum: Luís XIV é ainda hoje a imagem do absolutismo, o seu maior vulto. Mas, como quase sempre acontece, não foi ele que foi executado… Alguém pagou os seus pecados. Foi Luís XVI. Ele que, afinal, com a convocação dos Estados Gerais, 175 anos depois, tentava emendar os erros do passado. Não foi a tempo.
Iluminados, por inspiração divina, como divino é o poder de que foram investidos, os socialistas leram bem a cartilha de Luís XIV, esse “Rei Sol” que não se coibia de afirmar: “Aprés moi, le déluge”.
Nada nem ninguém se lhes compara!
Depois de tudo o que foi dito e feito – ou esquecido – pelos profissionais políticos do PS, a arrogância continua a ser a sua maior virtude. Arrogância, pesporrência, bazófia, pedantismo. Sinónimos paulatinamente conjugados pelas excelências do poder.
Ora, quando alguém lhes bate o pé ou levanta o véu dos seus pecados, ei-los a bramir “fatwas”, condenando ao inferno os infiéis.
Vimos isso com Sócrates, Maria de Lurdes, Mário Lino e, agora, com Carlos César. Incomodado com o “chumbo” do Tribunal Constitucional ao Estatuto Político-administrativo dos Açores, que o Presidente da República Cavaco Silva já vetara, foi aos arames, deixou cair o verniz, e há que vociferar contra tudo e contra todos.
Afirmando que não recebe “lições de portuguesismo” de nenhum titular de órgãos de soberania, referindo-se ao mais alto Magistrado da Nação e ao Presidente do Tribunal Constitucional, institucionalmente o garante da constitucionalidade da Nação, há que dizer que Cavaco Silva é um histórico inimigo da regionalização e lá foi ajuntando que não desistirá de lutar por um melhor estatuto.
O homem estava colérico, gaguejava… embora a sua voz melíflua mascarasse a raiva.
"Não temos medo de defender uma autonomia mais forte e aprofundada porque não recebemos lições de portuguesismo de nenhum juiz, nem de nenhum titular de qualquer órgão de soberania"…
Bem dito… “Toma lá, que é democrático!”
Claro que podíamos responder com o célebre “o que tu queres, sei eu” do comediante que eternizou este chavão.
Têm dúvidas? Então leiam:
"O que vale a pena agora não é discutir mais este assunto, mas concentrarmo-nos nas eleições legislativas para garantir um governo que nos continue a defender e uma maioria que proporcione um processo de revisão constitucional onde seja possível resolver as dúvidas e as insuficiências que agora se colocaram a propósito da revisão do Estatuto", defendeu.
Terminando, Carlos César haveria de confirmar: "a votação no PS é a resposta adequada a essas contrariedades".
Livra!
---------------------
Post-scriptum: Luís XIV é ainda hoje a imagem do absolutismo, o seu maior vulto. Mas, como quase sempre acontece, não foi ele que foi executado… Alguém pagou os seus pecados. Foi Luís XVI. Ele que, afinal, com a convocação dos Estados Gerais, 175 anos depois, tentava emendar os erros do passado. Não foi a tempo.
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Noites de África
Maio 2007
A noite inicia-se com um black label.
A mesa apinhou com os amigos à volta, entre risos e prosa, que o DJ ainda não desatou a pista. Ficam nos ouvidos timbres de outras alegrias, os olhos ansiosos. A música é amena, internacional.
Quando abre a pista, as notas elevam-se. Os sorrisos suprem a conversa porque os decibéis dominam todos os outros sons, enquanto o cenário se acomoda nas entradas de novas produções de roupa que brilham no laser, nas luzes giratórias, nos holofotes que cobrem todo o espaço de luzes variadas.
Continua a música importada e os primeiros pares tomam lugar na dança.
Mas o grosso do pelotão espera o incontornável. Que ainda não começou. Mas a sexualidade brilha nos olhos. Enquanto se pensa na primeira dama para convidar, percorrem-se os corpos com avidez, traçam-se as curvas, imaginam-se os movimentos.
Entretanto, o ambiente vai aquecendo. Cada vez mais próximo o vulcão.
Inovou-se o ritmo a partir da cabine. O som de África investe, irrompe, poderoso.
Colam-se os corpos. Os movimentos escaldam. Mas os pés ainda se mexem no piso. O mote está lançado, mas os poetas ainda não concluíram as variações do poema que cresce em sensualidade.
As bebidas escorrem, alguns pares saem para o descanso. Que a lide na pista é fogo.
E guardam-se para o que vem a seguir.
Estão todos suspensos do DJ… que ri, descaradamente, na ansiedade de quem quer dançar.
Beberrico o whisky com gelo, muito gelo, a minha parte de “jornalista” espera, aguarda.
Chegou o momento almejado. Na pista não cabe mais ninguém. Reduz-se para centímetros o espaço entre os pares. Noutros cantos, só milímetros. Tudo dança até fora da pista.
Os pés não mexem. Centenas de pélvis concorrem na sensualidade, mexendo, remexendo, os olhos em transe. E elas não param. E eles acompanham. Há espaço a menos e corpos a mais. Tenho que me desencostar da fronteira da pista, porque há dezenas de corpos de femininos encostados à balaustrada, os corpos das mulheres movimentando-se ali, da cinta para baixo, apenas, a cinco centímetros dos meus olhos.
É muito para mim. Confesso. Nem a parte de jornalista consegue a serenidade.
Enche-se o copo de gelo, mais um gole de bebida que depressa fica a escaldar, uniforme com o ambiente de fornalha que cresce da pista e arrasa todo o espaço circundante. O ar condicionado nem se nota mais.
É quase uma hora de corpos em frenesi, enchendo da máxima carnalidade e volúpia o recinto todo.
Há tropeções na saída, os olhos estão húmidos de prazer. Meia casa vai embora por volta das duas e meia. Porque não há mais daquela música. Os decibéis em fúria atacam agora o ambiente da pesada.
Quem aguenta?!
Saiu o meu grupo todo, também. No ar aquecido da rua, os corpos invadem-se pelos cantos das árvores, em entradas entre os arbustos, nos carros estacionados mais longe. Já não brilham na escuridão as luzes de tunning. O som é calmo. Os carros não querem mostrar que lá dentro alguém se consome em juras de amor, na paixão partilhada entre dois corpos quentes e jovens que se querem.
Paramos numa estação de serviço, os três jipes. Água fresca, por favor. É urgente tirar de nós o travo da noite. Porque queima.
O jornalista pensa nas palavras. Não as encontra.
O poeta some-se na entrada do quarto e atira-se sobre a cama.
A solidão regressa. O que os seus olhos viram passa para o piso das recordações da vida, uma vida tão diferente.
Porque logo mais tarde, mas bem cedo, há uma viagem longa a encetar, com hora e meia de buracos que engolem o tráfego de uma manhã de domingo.
Chegaremos lá pela noitinha.
É o tempo de escrever alguns momentos com que a vida nos consome.
Boa noite!
A noite inicia-se com um black label.
A mesa apinhou com os amigos à volta, entre risos e prosa, que o DJ ainda não desatou a pista. Ficam nos ouvidos timbres de outras alegrias, os olhos ansiosos. A música é amena, internacional.
Quando abre a pista, as notas elevam-se. Os sorrisos suprem a conversa porque os decibéis dominam todos os outros sons, enquanto o cenário se acomoda nas entradas de novas produções de roupa que brilham no laser, nas luzes giratórias, nos holofotes que cobrem todo o espaço de luzes variadas.
Continua a música importada e os primeiros pares tomam lugar na dança.
Mas o grosso do pelotão espera o incontornável. Que ainda não começou. Mas a sexualidade brilha nos olhos. Enquanto se pensa na primeira dama para convidar, percorrem-se os corpos com avidez, traçam-se as curvas, imaginam-se os movimentos.
Entretanto, o ambiente vai aquecendo. Cada vez mais próximo o vulcão.
Inovou-se o ritmo a partir da cabine. O som de África investe, irrompe, poderoso.
Colam-se os corpos. Os movimentos escaldam. Mas os pés ainda se mexem no piso. O mote está lançado, mas os poetas ainda não concluíram as variações do poema que cresce em sensualidade.
As bebidas escorrem, alguns pares saem para o descanso. Que a lide na pista é fogo.
E guardam-se para o que vem a seguir.
Estão todos suspensos do DJ… que ri, descaradamente, na ansiedade de quem quer dançar.
Beberrico o whisky com gelo, muito gelo, a minha parte de “jornalista” espera, aguarda.
Chegou o momento almejado. Na pista não cabe mais ninguém. Reduz-se para centímetros o espaço entre os pares. Noutros cantos, só milímetros. Tudo dança até fora da pista.
Os pés não mexem. Centenas de pélvis concorrem na sensualidade, mexendo, remexendo, os olhos em transe. E elas não param. E eles acompanham. Há espaço a menos e corpos a mais. Tenho que me desencostar da fronteira da pista, porque há dezenas de corpos de femininos encostados à balaustrada, os corpos das mulheres movimentando-se ali, da cinta para baixo, apenas, a cinco centímetros dos meus olhos.
É muito para mim. Confesso. Nem a parte de jornalista consegue a serenidade.
Enche-se o copo de gelo, mais um gole de bebida que depressa fica a escaldar, uniforme com o ambiente de fornalha que cresce da pista e arrasa todo o espaço circundante. O ar condicionado nem se nota mais.
É quase uma hora de corpos em frenesi, enchendo da máxima carnalidade e volúpia o recinto todo.
Há tropeções na saída, os olhos estão húmidos de prazer. Meia casa vai embora por volta das duas e meia. Porque não há mais daquela música. Os decibéis em fúria atacam agora o ambiente da pesada.
Quem aguenta?!
Saiu o meu grupo todo, também. No ar aquecido da rua, os corpos invadem-se pelos cantos das árvores, em entradas entre os arbustos, nos carros estacionados mais longe. Já não brilham na escuridão as luzes de tunning. O som é calmo. Os carros não querem mostrar que lá dentro alguém se consome em juras de amor, na paixão partilhada entre dois corpos quentes e jovens que se querem.
Paramos numa estação de serviço, os três jipes. Água fresca, por favor. É urgente tirar de nós o travo da noite. Porque queima.
O jornalista pensa nas palavras. Não as encontra.
O poeta some-se na entrada do quarto e atira-se sobre a cama.
A solidão regressa. O que os seus olhos viram passa para o piso das recordações da vida, uma vida tão diferente.
Porque logo mais tarde, mas bem cedo, há uma viagem longa a encetar, com hora e meia de buracos que engolem o tráfego de uma manhã de domingo.
Chegaremos lá pela noitinha.
É o tempo de escrever alguns momentos com que a vida nos consome.
Boa noite!
Etiquetas:
incursões no lado certo da noite
Só posso dizer-te
Esta noite, sonhei contigo.
Contigo ou com os sentimentos? Contigo ou com os sentidos?
Reparti iodo pela tua pele para ficares com as cores do verão.
Do verão ou do moreno? Do verão, porque és o sol? Do moreno, porque és a minha visão singular?
Nos sonhos, não há as marcas do tempo. Só as marcas da paixão? Só as marcas que deixas na minha alma?
Por isso, um dia, ainda que o improvável sobreleve, deixarás de ser a vestal que inunda de fogo as madrugadas. E serás a mulher inteira do desassossego.
Porque cuidarei dos sonhos sem ficção. E não simularei esta angústia de não seres contígua à minha pele. De voares, apenas, neste limbo, que é esta ilusão de te ter, nunca te tendo. Porque estás para além das montanhas, e não há trilhos escavados na pedra. Porque és uma estrela, e não sei voar o teu infinito. Porque o teu encalço, apesar de indelével, é a minha utopia.
Esta noite, sonhei contigo.
Mas há este vazio onde apenas consigo tactear os contornos impensáveis do fogo.
Contigo ou com os sentimentos? Contigo ou com os sentidos?
Reparti iodo pela tua pele para ficares com as cores do verão.
Do verão ou do moreno? Do verão, porque és o sol? Do moreno, porque és a minha visão singular?
Nos sonhos, não há as marcas do tempo. Só as marcas da paixão? Só as marcas que deixas na minha alma?
Por isso, um dia, ainda que o improvável sobreleve, deixarás de ser a vestal que inunda de fogo as madrugadas. E serás a mulher inteira do desassossego.
Porque cuidarei dos sonhos sem ficção. E não simularei esta angústia de não seres contígua à minha pele. De voares, apenas, neste limbo, que é esta ilusão de te ter, nunca te tendo. Porque estás para além das montanhas, e não há trilhos escavados na pedra. Porque és uma estrela, e não sei voar o teu infinito. Porque o teu encalço, apesar de indelével, é a minha utopia.
Esta noite, sonhei contigo.
Mas há este vazio onde apenas consigo tactear os contornos impensáveis do fogo.
Vá!
Vá!
Diz-me que sabes
ainda
o sabor da noite
na minha pele
o crescer da lava
dos sentidos
e que os corpos
isotéricos
ainda se dizem
exotéricos
mas nada vulgares
como um esboço
de emoções derramadas
Diz-me que sabes
ainda
o sabor da noite
na minha pele
o crescer da lava
dos sentidos
e que os corpos
isotéricos
ainda se dizem
exotéricos
mas nada vulgares
como um esboço
de emoções derramadas
silêncios
Os silêncios brotam das cortinas
E são traços marcados
Na invicta ausência
Porque os sorrisos
São pregas, são dobras
São damascos, são brocados
Onde se perde o olhar
De tudo o que ficou
No chaveiro dos sentimentos
E são traços marcados
Na invicta ausência
Porque os sorrisos
São pregas, são dobras
São damascos, são brocados
Onde se perde o olhar
De tudo o que ficou
No chaveiro dos sentimentos
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memórias do tempo,
sobre mim
estrelas na noite
Há estrelas que brilham na noite.
Têm o calor de um olhar
calmamente afogueado
têm o carinho envergonhado
de um toque na pele
tremeluzem na tua boca
feita de palavras vivas
e enrolam-se no entardecer
feito de sorrisos cúmplices.
e um grande desassossego
se faz, imenso e misterioso,
pele das palavras a ferver
nos contornos da voz
que se embargou
para te receber
Têm o calor de um olhar
calmamente afogueado
têm o carinho envergonhado
de um toque na pele
tremeluzem na tua boca
feita de palavras vivas
e enrolam-se no entardecer
feito de sorrisos cúmplices.
e um grande desassossego
se faz, imenso e misterioso,
pele das palavras a ferver
nos contornos da voz
que se embargou
para te receber
Quero-te
Quero-te, para lá das convenções
Para além dos compromissos.
Quero-te simplesmente
Selvagem e linda
Teus olhos onde escrevo
A sombra dos embondeiros
Teu corpo onde deixo a natureza
Tuas mãos onde planto o mar
Minha tentação irracional
Minha incontida vontade
Para além dos compromissos.
Quero-te simplesmente
Selvagem e linda
Teus olhos onde escrevo
A sombra dos embondeiros
Teu corpo onde deixo a natureza
Tuas mãos onde planto o mar
Minha tentação irracional
Minha incontida vontade
à distância das palavras com data
Escrevi estas linhas em Abril de 2008.
De vez em quando, gosto de reler o que guardei no baú de memórias.
Daí, esta republicação, porque convém que a memória perdure.
Aqui e agora.
_________________________________
Senhoras e Senhores, podem sentar-se.
A pantomina desceu á rua.
Riam, aplaudam. Os actores têm as gargantas calibradas.
Banda, ataque o Hino! Os senhores estão a chegar.
Os centuriões da GNR penteiam os carrapitos.
"É entrar, senhoria, a ver o que cá se passa; sete ratos, três enguias, uma cabra abracadabra..."
Um cravo vermelho para quem ainda se lembrar da letra. Da música. Do autor.
------
Gosto das paradas militares. Gosto de ver civis a passar revista a forças militares num passo forçado de marioneta. Gosto do que se diz ao ouvido entre senhoras dos camarotes de honra. Gosto da falta de treino de Mário Soares que já não consegue prender o cravo vermelho na lapela e, pragmaticamente, o enfia no bolso. E gosto de ver todos os outros a seguirem-lhe o exemplo. Todos perderam já o treino!
Gosto das entradas com passadeiras vermelhas. Dos alegados militares de Abril, de cabelos compridos apesar de brancos. Gosto da bandeira a adejar por sobre os mitos. Gosto de ouvir o Hino. Gosto de alguns discursos. Gosto dos que passam em frente à câmara porque não conseguem mascarar o seu fascínio pela notoriedade. Emplastros ou profissionais da pose.
Gosto da gravata azul e branca de Santana Lopes.
Gosto da gravata do discursante dos “Verdes”. Gostei que pelo menos um deputado não usasse gravata no uso da palavra, uma camisa sem colarinho e um casaco militarizado. Bravo! A luta continua!
Mas os cravos vermelhos são cada vez mais um mero adereço, até nos arranjos florais onde impera agora o verde dos fetos e quejandos artifícios ornamentais.
Meros adereços. Os cravos vermelhos são cada vez mais a gaguez de alguns líderes que não sabem bem porque ainda estão ali. Ou porque já estão ali, eles que nem nascidos eram em 74. Pois, nada mais sabem fazer. Cresceram no carreirismo, na militância.
Mas, mais do que isso e perdoem-me a deformação jornalística, fica-me a imagem de um cravo caído no chão em que ninguém reparou, nem mesmo os guardiões – ou guardiães, quero lá saber – do cesto de onde mãos de políticos colhem, por encomenda, a flor de Abril. Para a fotografia.
Os senhores da história recente continuam a caminhar pela passadeira vermelha.
E o cravo continua ali, caído. No chão da pose. No mármore em que se sepultam os mitos.
E eu já não sei se a Assembleia da República é o monumento vivo da vida democrática ou o mausoléu dos ideais enterrados, um teatro de rotinas, um albergue espanhol. O tecto da cadeia carreirista.
Foi há 34 anos.
Um ideal que durou uma semana. Quando, no 1.º de Maio, regressou a casa o povo. Depois da festa.
Como dizia Solnado, a festa dos cravos foi bonita, pá, mas o pior é quando chegar a conta da florista.
De vez em quando, gosto de reler o que guardei no baú de memórias.
Daí, esta republicação, porque convém que a memória perdure.
Aqui e agora.
_________________________________
Senhoras e Senhores, podem sentar-se.
A pantomina desceu á rua.
Riam, aplaudam. Os actores têm as gargantas calibradas.
Banda, ataque o Hino! Os senhores estão a chegar.
Os centuriões da GNR penteiam os carrapitos.
"É entrar, senhoria, a ver o que cá se passa; sete ratos, três enguias, uma cabra abracadabra..."
Um cravo vermelho para quem ainda se lembrar da letra. Da música. Do autor.
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Gosto das paradas militares. Gosto de ver civis a passar revista a forças militares num passo forçado de marioneta. Gosto do que se diz ao ouvido entre senhoras dos camarotes de honra. Gosto da falta de treino de Mário Soares que já não consegue prender o cravo vermelho na lapela e, pragmaticamente, o enfia no bolso. E gosto de ver todos os outros a seguirem-lhe o exemplo. Todos perderam já o treino!
Gosto das entradas com passadeiras vermelhas. Dos alegados militares de Abril, de cabelos compridos apesar de brancos. Gosto da bandeira a adejar por sobre os mitos. Gosto de ouvir o Hino. Gosto de alguns discursos. Gosto dos que passam em frente à câmara porque não conseguem mascarar o seu fascínio pela notoriedade. Emplastros ou profissionais da pose.
Gosto da gravata azul e branca de Santana Lopes.
Gosto da gravata do discursante dos “Verdes”. Gostei que pelo menos um deputado não usasse gravata no uso da palavra, uma camisa sem colarinho e um casaco militarizado. Bravo! A luta continua!
Mas os cravos vermelhos são cada vez mais um mero adereço, até nos arranjos florais onde impera agora o verde dos fetos e quejandos artifícios ornamentais.
Meros adereços. Os cravos vermelhos são cada vez mais a gaguez de alguns líderes que não sabem bem porque ainda estão ali. Ou porque já estão ali, eles que nem nascidos eram em 74. Pois, nada mais sabem fazer. Cresceram no carreirismo, na militância.
Mas, mais do que isso e perdoem-me a deformação jornalística, fica-me a imagem de um cravo caído no chão em que ninguém reparou, nem mesmo os guardiões – ou guardiães, quero lá saber – do cesto de onde mãos de políticos colhem, por encomenda, a flor de Abril. Para a fotografia.
Os senhores da história recente continuam a caminhar pela passadeira vermelha.
E o cravo continua ali, caído. No chão da pose. No mármore em que se sepultam os mitos.
E eu já não sei se a Assembleia da República é o monumento vivo da vida democrática ou o mausoléu dos ideais enterrados, um teatro de rotinas, um albergue espanhol. O tecto da cadeia carreirista.
Foi há 34 anos.
Um ideal que durou uma semana. Quando, no 1.º de Maio, regressou a casa o povo. Depois da festa.
Como dizia Solnado, a festa dos cravos foi bonita, pá, mas o pior é quando chegar a conta da florista.
domingo, 2 de agosto de 2009
As palavras que nunca te direi
Sinto no tornado das tuas palavras a energia.
O profundo do teu olhar enorme dinamiza os meus sentidos.
Mas é largo, muito largo o rio que separa as nossas margens. Tem a medida de um
sorriso imenso.
E, apenas de longe, vislumbro o redondo do olhar que veste a tua alma despida.
Como a montanha que jamais escalarei, porque é paulatino o silêncio, conturbado,
das emoções em fúria.
Na tua tez de seiva criadora escrevo o sentimento vivo dos afectos.
Derramo-me no impossível, com a inevitabilidade de um limbo. E esqueço-me de
mim com um sorriso asfixiado de clausuras.
Mas guardo em mim, no mais imenso de mim, o eco incontido da tua voz afirmativa.
O brasão da utopia por cumprir.
E sublimo-te nas palavras. Componho-te em sonhos. Porque assim me pareces
contígua. Como pele da minha pele.
O profundo do teu olhar enorme dinamiza os meus sentidos.
Mas é largo, muito largo o rio que separa as nossas margens. Tem a medida de um
sorriso imenso.
E, apenas de longe, vislumbro o redondo do olhar que veste a tua alma despida.
Como a montanha que jamais escalarei, porque é paulatino o silêncio, conturbado,
das emoções em fúria.
Na tua tez de seiva criadora escrevo o sentimento vivo dos afectos.
Derramo-me no impossível, com a inevitabilidade de um limbo. E esqueço-me de
mim com um sorriso asfixiado de clausuras.
Mas guardo em mim, no mais imenso de mim, o eco incontido da tua voz afirmativa.
O brasão da utopia por cumprir.
E sublimo-te nas palavras. Componho-te em sonhos. Porque assim me pareces
contígua. Como pele da minha pele.
Podes ser tu
molham-se os segredos
estampam-se nos lençóis
podem ser lágrimas
pode ser a vida, assim
vertida dos corpos
saindo da alma
e podes ser tu, assim nua,
escrevendo a paixão
na sedução das palavras que ficam
e podes ser tu
a imagem que ficou
no lençol amarrotado
dos segredos por dizer
estampam-se nos lençóis
podem ser lágrimas
pode ser a vida, assim
vertida dos corpos
saindo da alma
e podes ser tu, assim nua,
escrevendo a paixão
na sedução das palavras que ficam
e podes ser tu
a imagem que ficou
no lençol amarrotado
dos segredos por dizer
E palavras, sempre as palavras.
Deixa passar a mão
pelo ventre das palavras
acariciar-te o beijo
abrindo-te o olhar
perder-me no abraço
acordar-te os sentidos
ferver na tentação
de me dar e ser sorriso
tactear-te, olhando,
Como se o olhar
cumprisse o corpo
e me trouxesse o sal
no beijo sem mácula
mas com desejo
Porque sou o poeta
simples que vem
desassossegar
Sou o poeta
maduro que vem
conhecer-te
Sou o poeta
da solidão cansada,
ansiando por ti
pelo ventre das palavras
acariciar-te o beijo
abrindo-te o olhar
perder-me no abraço
acordar-te os sentidos
ferver na tentação
de me dar e ser sorriso
tactear-te, olhando,
Como se o olhar
cumprisse o corpo
e me trouxesse o sal
no beijo sem mácula
mas com desejo
Porque sou o poeta
simples que vem
desassossegar
Sou o poeta
maduro que vem
conhecer-te
Sou o poeta
da solidão cansada,
ansiando por ti
Vieste
Entraste no crepúsculo
O teu tempo breve
se faz de palavras
que brilham no escuro
das planícies sem lua
O teu tempo ousado
se rege por guerras
porque lutam os sem nome
e tu és bandeira e fogo
Vieste no princípio do fim
que me gastei na "lide Insana"
como se fosse poeta de opereta
que me usaram sem perdão
como se não tivesse o que é meu
que sorrio indiferente(mente)
como se nada valesse na paz
Vieste e isso importa.
Mas o cansaço me dói devagar
na noite das palavras que mordem
O teu tempo breve
se faz de palavras
que brilham no escuro
das planícies sem lua
O teu tempo ousado
se rege por guerras
porque lutam os sem nome
e tu és bandeira e fogo
Vieste no princípio do fim
que me gastei na "lide Insana"
como se fosse poeta de opereta
que me usaram sem perdão
como se não tivesse o que é meu
que sorrio indiferente(mente)
como se nada valesse na paz
Vieste e isso importa.
Mas o cansaço me dói devagar
na noite das palavras que mordem
sábado, 1 de agosto de 2009
De um mail...
Subject: Despacho n.º 9810/2009: subsídio mensal de residência de € 941,25!
VEJAM ESTE ESCÂNDALO !!!!!
Assunto: Despacho n.º 9810/2009: subsídio mensal de residência de € 941,25!
Despacho n.º 9810/2009
Considerando que, nos termos do disposto no Decreto -Lei n.º 331/88,
de 27 de Setembro, pode ser atribuído um subsídio de residência aos
titulares do cargo de director -geral e de outros expressamente
equiparados, à data da nomeação no local onde se encontre sedeado o
respectivo organismo;
Considerando que o Prof. Doutor José Alexandre da Rocha Ventura Silva,
presidente do Conselho Científico para a Avaliação de Professores,
lugar expressamente equiparado a director -geral, tem a sua residência
permanente em Aveiro:
Assim, nos termos do disposto no artigo 2.º do Decreto -Lei n.º
331/88, de 27 de Setembro, determina -se o seguinte:
1 — É atribuído ao presidente do Conselho Científico para a Avaliação
de Professores, Prof. Doutor José Alexandre da Rocha Ventura Silva, um
subsídio mensal de residência no montante de € 941,25, a suportar pelo
orçamento da Secretaria-Geral do Ministério da Educação e actualizável
nos termos da portaria de revisão anual das tabelas de ajudas de
custo.
2 — O presente despacho produz efeitos desde 1 de Novembro de 2008.
12 de Fevereiro de 2009. —
O Ministro de Estado e das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos. —
Pela Ministra da Educação, Jorge Miguel de Melo Viana Pedreira,
Secretário de Estado Adjunto e da Educação.
E os professores desterrados com família?
-------------------------
Comentários para quê?
Como dizia o Zeca Afonso, "eles comem tudo e não deixam nada"!
VEJAM ESTE ESCÂNDALO !!!!!
Assunto: Despacho n.º 9810/2009: subsídio mensal de residência de € 941,25!
Despacho n.º 9810/2009
Considerando que, nos termos do disposto no Decreto -Lei n.º 331/88,
de 27 de Setembro, pode ser atribuído um subsídio de residência aos
titulares do cargo de director -geral e de outros expressamente
equiparados, à data da nomeação no local onde se encontre sedeado o
respectivo organismo;
Considerando que o Prof. Doutor José Alexandre da Rocha Ventura Silva,
presidente do Conselho Científico para a Avaliação de Professores,
lugar expressamente equiparado a director -geral, tem a sua residência
permanente em Aveiro:
Assim, nos termos do disposto no artigo 2.º do Decreto -Lei n.º
331/88, de 27 de Setembro, determina -se o seguinte:
1 — É atribuído ao presidente do Conselho Científico para a Avaliação
de Professores, Prof. Doutor José Alexandre da Rocha Ventura Silva, um
subsídio mensal de residência no montante de € 941,25, a suportar pelo
orçamento da Secretaria-Geral do Ministério da Educação e actualizável
nos termos da portaria de revisão anual das tabelas de ajudas de
custo.
2 — O presente despacho produz efeitos desde 1 de Novembro de 2008.
12 de Fevereiro de 2009. —
O Ministro de Estado e das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos. —
Pela Ministra da Educação, Jorge Miguel de Melo Viana Pedreira,
Secretário de Estado Adjunto e da Educação.
E os professores desterrados com família?
-------------------------
Comentários para quê?
Como dizia o Zeca Afonso, "eles comem tudo e não deixam nada"!
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Lendo a Imprensa de hoje
“… cartas de Portugal anunciam-me que o quiosque por mim mandado erguer em Sintra, na minha quintarola, … abateu. Três mil e oitocentos francos achatados em entulho. Tudo tende à ruína num país de ruínas. O arquitecto que o construiu é deputado, e escreve no “Jornal da Tarde” estudos melancólicos sobre as Finanças! O meu procurador em Sintra aconselha agora, para reedificar o quiosque, um estimável rapaz, de boa família, que entende de construções e que é empregado na Procuradoria-Geral da Coroa! Talvez se eu necessitasse um jurisconsulto, me propusessem um trolha. É com estes elementos alegres, que nós procuramos restaurar o nosso império de África!” (Eça de Queirós)
--------------------------------------
Num país governado por alegado engenheiro, também há o dia 31 de Julho. E, no Ano da Graça de 2009, folheio à vol d’oiseau a imprensa diária deste dia final de Julho.
Fátima Felgueiras, a inegável Presidente da Câmara de Felgueiras, sai ilesa de todos os processos de corrupção ligados à promiscuidade entre a política local (que permanece) e o futebol da casa (que, entretanto, se esfumou, já não há!) e anuncia a sua recandidatura ao trono – ou à cadeira – do Município. Faz aquele ar seráfico com que, aos domingos, desce a Igreja depois de tomar o Senhor, as mãos postas em devoção e declara, então: “Acabou o pesadelo”. É chegada a hora de regressar, limpa e cristã, aos votos do Povo! Viva!
Escreve-se, também, que o F.C. Porto continua sob escrutínio do Ministério Público. Agora, lembraram-se de ir buscar processos de legalização de jogadores estrangeiros, alegadamente facilitados pelos SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras). Viva o Correio da Manhã! Como os contornos do casamento de Pinto da Costa com a Filomena já não vendem, saia-se mais uma do FCP! Obrigado, amigos do Correio da Manhã! Quando vão aprender que, quanto mais baterem no clube, mais títulos ele vai ganhar? Que essas notícias só dão força?
Por falar em denúncias, em que o já aludido CM é pródigo, este diário anuncia que Maria José Morgado, depois de pouco ter conseguido contra Pinto da Costa e contra o F.C. Porto, “desviou” os recursos humanos do “seu” DIAP (Departamento de Investigação e Acção penal) para nova auditoria: o pagamento, por parte da Empresa Pública de Urbanização de Lisboa, de 2,2 milhões de Euros a Frank Gehry, o arquitecto canadiano responsável pelo estudo de requalificação do Parque Mayer, que poderão consubstanciar “comissões ilegais”. Dá jeito! Santana Lopes está bem posicionado para varrer da Câmara o socialista António Costa e não convém… Pode ser que um processo, nesta altura, envolvendo o candidato Santana Lopes traga algum oxigénio à esquerda de António Costa, do ex-Bloco de Esquerda Sá Fernandes e de todas as Rosetas da capital.
Ficámos também a saber, hoje, que um terço dos infectados com "gripe A" registados em Portugal são oriundos de Espanha. Já não nos chegavam os Filipes, as multinacionais espanholas, a Iberdrola, a Repsol e quejandos. E se, como diz o povo, “de Espanha, nem bom vento nem bom casamento”, talvez fosse altura de, no meio do ditado popular, metermos uma gripe… Ficaria assim: “De Espanha, nem bom vento, nem boa gripe, nem bom casamento”.
Pois é… segundo dizem as más-línguas, o Novo Estatuto da Carreira Docente poderá ser considerado inconstitucional. Senhora Ministra Maria de Lurdes Rodrigues, obrigado por ter sido tão intransigente. A sua teimosia vai ajudar-me a escolher o meu voto nas Legislativas… quanto mais longe desta política, melhor!
Para terminar, o diário “i” revela: “Média dos exames nacionais desce em metade das disciplinas - Das 27 provas, 18 registaram uma descida das médias face ao mesmo período de 2008”.
Para acrescentar: “Os números revelam ainda que os quatro exames do ensino secundário com mais alunos inscritos tiveram todos médias negativas - Matemática A, Física e Química, Biologia e Geologia e Português. Na disciplina de Biologia e Geologia, a média caiu de 11,4 para 8,8 valores, enquanto a Português se registou uma média de 8,9 valores contra os 11,3 valores da segunda fase de 2008. Na prova de Física e Química A, a média desceu de 9,3 para 8 valores e a Matemática A registou uma quebra de 8,9 para 8,8 valores”.
Bravo, Senhora Ministra! Mais um grande resultado da sua política…
Depois de tudo isto e desta maioria absoluta do PS, vem um tal Nuno Amado, Presidente do Banco Santander Totta, dizer que o País precisa de uma maioria absoluta…
Outra? Por amor de Deus, duas seguidas é muito!
(OBS.: estando os bancos entre as empresas que em Portugal continuam a somar lucros, compreende-se… Este governo continua a ser o abono de família dos grandes negócios bancários. E, como a fiscalização do Banco de Portugal não funciona (lembram-se das audições parlamentares do seu Governador?) há banqueiros que podem entreter-se a brincar aos dinheiros que, quando perdem, o povo paga…).
Vou à praia. Por hoje já chega de incompetência, chicana política e outros tráficos…
É que, segundo o Jornal de Negócios, os hotéis do Algarve estão a fazer descontos de 50%... Viva a crise!
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Num país governado por alegado engenheiro, também há o dia 31 de Julho. E, no Ano da Graça de 2009, folheio à vol d’oiseau a imprensa diária deste dia final de Julho.
Fátima Felgueiras, a inegável Presidente da Câmara de Felgueiras, sai ilesa de todos os processos de corrupção ligados à promiscuidade entre a política local (que permanece) e o futebol da casa (que, entretanto, se esfumou, já não há!) e anuncia a sua recandidatura ao trono – ou à cadeira – do Município. Faz aquele ar seráfico com que, aos domingos, desce a Igreja depois de tomar o Senhor, as mãos postas em devoção e declara, então: “Acabou o pesadelo”. É chegada a hora de regressar, limpa e cristã, aos votos do Povo! Viva!
Escreve-se, também, que o F.C. Porto continua sob escrutínio do Ministério Público. Agora, lembraram-se de ir buscar processos de legalização de jogadores estrangeiros, alegadamente facilitados pelos SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras). Viva o Correio da Manhã! Como os contornos do casamento de Pinto da Costa com a Filomena já não vendem, saia-se mais uma do FCP! Obrigado, amigos do Correio da Manhã! Quando vão aprender que, quanto mais baterem no clube, mais títulos ele vai ganhar? Que essas notícias só dão força?
Por falar em denúncias, em que o já aludido CM é pródigo, este diário anuncia que Maria José Morgado, depois de pouco ter conseguido contra Pinto da Costa e contra o F.C. Porto, “desviou” os recursos humanos do “seu” DIAP (Departamento de Investigação e Acção penal) para nova auditoria: o pagamento, por parte da Empresa Pública de Urbanização de Lisboa, de 2,2 milhões de Euros a Frank Gehry, o arquitecto canadiano responsável pelo estudo de requalificação do Parque Mayer, que poderão consubstanciar “comissões ilegais”. Dá jeito! Santana Lopes está bem posicionado para varrer da Câmara o socialista António Costa e não convém… Pode ser que um processo, nesta altura, envolvendo o candidato Santana Lopes traga algum oxigénio à esquerda de António Costa, do ex-Bloco de Esquerda Sá Fernandes e de todas as Rosetas da capital.
Ficámos também a saber, hoje, que um terço dos infectados com "gripe A" registados em Portugal são oriundos de Espanha. Já não nos chegavam os Filipes, as multinacionais espanholas, a Iberdrola, a Repsol e quejandos. E se, como diz o povo, “de Espanha, nem bom vento nem bom casamento”, talvez fosse altura de, no meio do ditado popular, metermos uma gripe… Ficaria assim: “De Espanha, nem bom vento, nem boa gripe, nem bom casamento”.
Pois é… segundo dizem as más-línguas, o Novo Estatuto da Carreira Docente poderá ser considerado inconstitucional. Senhora Ministra Maria de Lurdes Rodrigues, obrigado por ter sido tão intransigente. A sua teimosia vai ajudar-me a escolher o meu voto nas Legislativas… quanto mais longe desta política, melhor!
Para terminar, o diário “i” revela: “Média dos exames nacionais desce em metade das disciplinas - Das 27 provas, 18 registaram uma descida das médias face ao mesmo período de 2008”.
Para acrescentar: “Os números revelam ainda que os quatro exames do ensino secundário com mais alunos inscritos tiveram todos médias negativas - Matemática A, Física e Química, Biologia e Geologia e Português. Na disciplina de Biologia e Geologia, a média caiu de 11,4 para 8,8 valores, enquanto a Português se registou uma média de 8,9 valores contra os 11,3 valores da segunda fase de 2008. Na prova de Física e Química A, a média desceu de 9,3 para 8 valores e a Matemática A registou uma quebra de 8,9 para 8,8 valores”.
Bravo, Senhora Ministra! Mais um grande resultado da sua política…
Depois de tudo isto e desta maioria absoluta do PS, vem um tal Nuno Amado, Presidente do Banco Santander Totta, dizer que o País precisa de uma maioria absoluta…
Outra? Por amor de Deus, duas seguidas é muito!
(OBS.: estando os bancos entre as empresas que em Portugal continuam a somar lucros, compreende-se… Este governo continua a ser o abono de família dos grandes negócios bancários. E, como a fiscalização do Banco de Portugal não funciona (lembram-se das audições parlamentares do seu Governador?) há banqueiros que podem entreter-se a brincar aos dinheiros que, quando perdem, o povo paga…).
Vou à praia. Por hoje já chega de incompetência, chicana política e outros tráficos…
É que, segundo o Jornal de Negócios, os hotéis do Algarve estão a fazer descontos de 50%... Viva a crise!
terça-feira, 28 de julho de 2009
a rir nos entendemos...
Quero ir para Portugal...
Uma comitiva do Parlamento Europeu, a convite de Sócrates e da sua Ministra
Lurdinhas, visita uma escola modelo no nosso País maravilha.
Numa sala da primária cheia de jornalistas, a ensaiada professora, com ambição
a uma futura boa avaliação, pergunta aos alunos:
- Onde temos a melhor escola?
- Aqui em Portugal. - Respondem todos.
- Onde temos o Magalhães, o melhor portátil do mundo?
- Em Portugal. - Respondem.
- E onde há os melhores recreios da Europa?
- Aqui em Portugal. - Respondem mais uma vez.
- E onde existem as melhores cantinas, que servem as melhores sobremesas?
- Na nossa Escola, aqui em Portugal!
A professora ainda insaciada, continua:
- Onde é que vivem as crianças mais felizes do mundo?
- Em Portugal! - Respondem os alunos, com a lição bem estudada.
Os tradutores lá iam informando a comitiva estrangeira que abanava a
cabeça, céptica.
Nisto, uma garota no fundo da sala começa a chorar baixinho.
Com as televisões em directo, Sócrates, para impressionar convidados e
jornalistas, pondo-se a jeito para as câmaras, resolve acudir à menina
perguntando-lhe:
- Que tens, minha Menina?
Resposta imediata da menina, soluçando:
- QUERO IR PARA PORTUGAL!!!!!!!!*
Uma comitiva do Parlamento Europeu, a convite de Sócrates e da sua Ministra
Lurdinhas, visita uma escola modelo no nosso País maravilha.
Numa sala da primária cheia de jornalistas, a ensaiada professora, com ambição
a uma futura boa avaliação, pergunta aos alunos:
- Onde temos a melhor escola?
- Aqui em Portugal. - Respondem todos.
- Onde temos o Magalhães, o melhor portátil do mundo?
- Em Portugal. - Respondem.
- E onde há os melhores recreios da Europa?
- Aqui em Portugal. - Respondem mais uma vez.
- E onde existem as melhores cantinas, que servem as melhores sobremesas?
- Na nossa Escola, aqui em Portugal!
A professora ainda insaciada, continua:
- Onde é que vivem as crianças mais felizes do mundo?
- Em Portugal! - Respondem os alunos, com a lição bem estudada.
Os tradutores lá iam informando a comitiva estrangeira que abanava a
cabeça, céptica.
Nisto, uma garota no fundo da sala começa a chorar baixinho.
Com as televisões em directo, Sócrates, para impressionar convidados e
jornalistas, pondo-se a jeito para as câmaras, resolve acudir à menina
perguntando-lhe:
- Que tens, minha Menina?
Resposta imediata da menina, soluçando:
- QUERO IR PARA PORTUGAL!!!!!!!!*
domingo, 26 de julho de 2009
Cartas de Amor ou de Separação (só mesmo do Eça)
Quarta Carta a Clara
Minha amiga.
É verdade que eu parto, e para uma viagem muito longa e remota, que será como um desaparecimento. E é verdade ainda que a empreendo assim bruscamente, não por curiosidade de um espírito que já não tem curiosidades – mas para findar do modo mais condigno e mais belo uma ligação, que, como a nossa, não deveria nunca ser maculada por uma agonia tormentosa e lenta.
Decerto, agora que eu dolorosamente reconheço que sobre o nosso tão viçoso e forte amor se vai em breve exercer a lei universal de perecimento e fim das coisas – eu poderia, poderíamos ambos, tentar, por um esforço destro e delicado do coração e da inteligência, o seu prolongamento fictício. Mas seria essa tentativa digna de si, de mim, da nossa lealdade – e da nossa paixão? Não! Só nos prepararíamos assim um arrastado tormento, sem a beleza dos tormentos que a alma apetece e aceita, nos puros momentos de fé e todo deslustrado e desfeado por impaciências, recriminações, inconfessados arrependimentos, falsa ressurreições do desejo, e de todos os enervamentos as saciedade. Não conseguiríamos deter a marcha da lei inexorável – e um dia nos encontraríamos, um diante do outro, como vazios, irreparavelmente tristes, e cheios do amargor da luta inútil. E de uma cousa tão pura e sã e luminosa, como foi o nosso amor, só nos ficaria, presente e pungente, a recordação de destroços e farrapos feitos por nossas mãos, e por elas rojados com desespero no pó derradeiro de tudo.
Não! Tal acabar seria intolerável. E depois como toda a luta é ruidosa, e se ano pode nunca disciplinar e enclausurar no segredo do coração, nós deixaríamos decerto entrever enfim ao mundo um sentimento que dele escondemos por altivez, não por cautela – e o mundo conheceria o nosso amor justamente quando ele já perdera a elevação e a grandeza que quase o santificam... De resto, que importa o mundo? Só para nós, que fomos um para o outro e amplamente o mundo todo, é que devemos evitar ao nosso amor a lenta decomposição que degrada.
Para perpétuo orgulho do nosso coração é necessário que desse amor, que tem de perecer como tudo o que vive, mesmo o Sol – nos fique uma memória tão límpida e perfeita que ela só por si nos possa dar, durante o porvir melancólico, um pouco dessa felicidade e encanto que o próprio amor nos deu quando era em nós uma sublime realidade governando o nosso ser.
A morte, na plenitude da beleza e da força, era considerada pelos antigos como o melhor benefício dos deuses – sobretudo para os que sobreviviam, porque sempre a face amada que passara lhes permanecia na memória com o seu natural viço e sã formosura, e não mirrada e deteriorada pela fadiga, pelas lágrimas, pela desesperança, pelo amor. Assim deve ser também com o nosso amor.
Por isso mal lhe surpreendi os primeiros desfalecimentos, e, desolado, verifiquei que o tempo o roçara com a frialdade da sua foice – decidi partir, desaparecer. O nosso amor, minha amiga, será assim como uma flor milagrosa que cresceu, desabrochou, deu todo o seu aroma – e, nunca cortada, nem sacudida dos ventos ou das chuvas, nem de leve emurchecida, fica na sua haste solitária, encantando ainda com as suas cores os nossos olhos quando para ela de longe se volvem, e para sempre, através da idade, e perfumando a nossa vida.
Da minha vida sei, pelo menos, que ela perpetuamente será iluminada e perfumada pela sua lembrança. Eu sou na verdade como um desses pastores que outrora, caminhando pensativamente por uma colina da Grécia, viam de repente, ante os seus olhos extáticos, Vênus magnífica e amorosa que lhes abria os braços brancos. Durante um momento o pastor mortal repousava sobre o seio divino, e sentia o murmúrio do divino suspirar. Depois havia um leve frêmito – e ele só encontrava ante si uma nuvem recendente que se levantavam se sumia nos ares por entre o vôo claro das pombas. Apanhava seu cajado, descia a colina... Mas para sempre, através da vida, conservava um deslumbramento inefável. Os anos poderiam rolar, e o seu gado morrer, e a ventania levar o colmo da sua choupana, e todas as misérias da velhice sobre ele caírem – que sem cessar sua alma resplandecia, e um sentimento de glória ultra-humano o elevava acima do transitório e do perecível, porque na fresca manha de Maio, além, sobre o cimo da colina, ele tivera o seu momento de divinização entre o mirto e o tomilho!
Adeus, minha amiga. Pela felicidade incomparável que me deu – seja perpetuamente bendita.
Fradique
Minha amiga.
É verdade que eu parto, e para uma viagem muito longa e remota, que será como um desaparecimento. E é verdade ainda que a empreendo assim bruscamente, não por curiosidade de um espírito que já não tem curiosidades – mas para findar do modo mais condigno e mais belo uma ligação, que, como a nossa, não deveria nunca ser maculada por uma agonia tormentosa e lenta.
Decerto, agora que eu dolorosamente reconheço que sobre o nosso tão viçoso e forte amor se vai em breve exercer a lei universal de perecimento e fim das coisas – eu poderia, poderíamos ambos, tentar, por um esforço destro e delicado do coração e da inteligência, o seu prolongamento fictício. Mas seria essa tentativa digna de si, de mim, da nossa lealdade – e da nossa paixão? Não! Só nos prepararíamos assim um arrastado tormento, sem a beleza dos tormentos que a alma apetece e aceita, nos puros momentos de fé e todo deslustrado e desfeado por impaciências, recriminações, inconfessados arrependimentos, falsa ressurreições do desejo, e de todos os enervamentos as saciedade. Não conseguiríamos deter a marcha da lei inexorável – e um dia nos encontraríamos, um diante do outro, como vazios, irreparavelmente tristes, e cheios do amargor da luta inútil. E de uma cousa tão pura e sã e luminosa, como foi o nosso amor, só nos ficaria, presente e pungente, a recordação de destroços e farrapos feitos por nossas mãos, e por elas rojados com desespero no pó derradeiro de tudo.
Não! Tal acabar seria intolerável. E depois como toda a luta é ruidosa, e se ano pode nunca disciplinar e enclausurar no segredo do coração, nós deixaríamos decerto entrever enfim ao mundo um sentimento que dele escondemos por altivez, não por cautela – e o mundo conheceria o nosso amor justamente quando ele já perdera a elevação e a grandeza que quase o santificam... De resto, que importa o mundo? Só para nós, que fomos um para o outro e amplamente o mundo todo, é que devemos evitar ao nosso amor a lenta decomposição que degrada.
Para perpétuo orgulho do nosso coração é necessário que desse amor, que tem de perecer como tudo o que vive, mesmo o Sol – nos fique uma memória tão límpida e perfeita que ela só por si nos possa dar, durante o porvir melancólico, um pouco dessa felicidade e encanto que o próprio amor nos deu quando era em nós uma sublime realidade governando o nosso ser.
A morte, na plenitude da beleza e da força, era considerada pelos antigos como o melhor benefício dos deuses – sobretudo para os que sobreviviam, porque sempre a face amada que passara lhes permanecia na memória com o seu natural viço e sã formosura, e não mirrada e deteriorada pela fadiga, pelas lágrimas, pela desesperança, pelo amor. Assim deve ser também com o nosso amor.
Por isso mal lhe surpreendi os primeiros desfalecimentos, e, desolado, verifiquei que o tempo o roçara com a frialdade da sua foice – decidi partir, desaparecer. O nosso amor, minha amiga, será assim como uma flor milagrosa que cresceu, desabrochou, deu todo o seu aroma – e, nunca cortada, nem sacudida dos ventos ou das chuvas, nem de leve emurchecida, fica na sua haste solitária, encantando ainda com as suas cores os nossos olhos quando para ela de longe se volvem, e para sempre, através da idade, e perfumando a nossa vida.
Da minha vida sei, pelo menos, que ela perpetuamente será iluminada e perfumada pela sua lembrança. Eu sou na verdade como um desses pastores que outrora, caminhando pensativamente por uma colina da Grécia, viam de repente, ante os seus olhos extáticos, Vênus magnífica e amorosa que lhes abria os braços brancos. Durante um momento o pastor mortal repousava sobre o seio divino, e sentia o murmúrio do divino suspirar. Depois havia um leve frêmito – e ele só encontrava ante si uma nuvem recendente que se levantavam se sumia nos ares por entre o vôo claro das pombas. Apanhava seu cajado, descia a colina... Mas para sempre, através da vida, conservava um deslumbramento inefável. Os anos poderiam rolar, e o seu gado morrer, e a ventania levar o colmo da sua choupana, e todas as misérias da velhice sobre ele caírem – que sem cessar sua alma resplandecia, e um sentimento de glória ultra-humano o elevava acima do transitório e do perecível, porque na fresca manha de Maio, além, sobre o cimo da colina, ele tivera o seu momento de divinização entre o mirto e o tomilho!
Adeus, minha amiga. Pela felicidade incomparável que me deu – seja perpetuamente bendita.
Fradique
sábado, 25 de julho de 2009
Menina
Sabe-me a menina
O teu olhar de causas
Essa doçura doada
Esses ideais a florir
Abro o teu olhar
Afeiçoo-me às palavras
Deixo-me ferver
Deixo-me ficar
Sorrio à paixão
Como se as estrelas
Não se escondessem
E fosses o farol
Do meu barco fustigado
E fosses a aura
Onde entrego sem tino
Os afectos que nascem
No meu mundo variado
De sentimentos fundamentais
Vejo-te e voo
Como se me imaterializasse
Como se vivesse lá em cima
Onde não há dor
E tudo se transforma
Em ti, menina
O teu olhar de causas
Essa doçura doada
Esses ideais a florir
Abro o teu olhar
Afeiçoo-me às palavras
Deixo-me ferver
Deixo-me ficar
Sorrio à paixão
Como se as estrelas
Não se escondessem
E fosses o farol
Do meu barco fustigado
E fosses a aura
Onde entrego sem tino
Os afectos que nascem
No meu mundo variado
De sentimentos fundamentais
Vejo-te e voo
Como se me imaterializasse
Como se vivesse lá em cima
Onde não há dor
E tudo se transforma
Em ti, menina
quinta-feira, 23 de julho de 2009
E esta, hein?!
O Governo não gosta de ser escrutinado. É atávico nos governos maioritários. E os socialistas têm uma longa carreira nessa contestação às Instituições de Controlo. Não só em Portugal, frise-se!
Mas vejamos: O Tribunal de Contas, liderado, aliás, por um socialista com currículo, põe em causa, frontalmente, o aditamento ao contrato de concessão assinado entre a Administração do Porto de Lisboa e a Liscont (do Grupo Mota-Engil), afirmando que aquele contrato: “não consubstancia nem um bom negócio nem um bom exemplo para o sector público em termos de boa gestão financeira e de adequada protecção dos interesses financeiros públicos”.
O Ministro Mário Lino (sim, o do “jamais”) não gostou e propalou que a auditoria padece de “erros factuais, omissões graves e afirmações infundadas”.
Poderia lá ser de outro modo!
Mas também o PCP não gostou! E refere que “é um contrato leonino que salvaguarda os interesses da concessionária”.
Um pouco como o Bloco de Esquerda, que não deixa de atirar para a liça: “trata-se de um contrato perfeitamente blindado por todos os lados a favor da concessionária”.
Perante tudo isto, cheira a arranjinho, não é?!
Não! Não acredito que o facto de o Dr. Jorge Coelho (sim, esse mesmo, um dos gurus da nova ordem socialista) ser o Presidente da concessionária tenha a ver com a ausência de concurso público e com a evidência de que a Liscont (leia-se Mota-Engil) é a única a lucrar com este aditamento ao contrato que terminava em 2015. Sim, daqui por 6 anos…
Tanta pressa…
Mas, assim, seja qual for o resultado eleitoral para as legislativas, Jorge Coelho (um dos “boys” com um bom “job” garantido pela política) já garantiu a prorrogação… por ajuste directo. Assim, sem mais glosas!
E esta, hein?!
Mas vejamos: O Tribunal de Contas, liderado, aliás, por um socialista com currículo, põe em causa, frontalmente, o aditamento ao contrato de concessão assinado entre a Administração do Porto de Lisboa e a Liscont (do Grupo Mota-Engil), afirmando que aquele contrato: “não consubstancia nem um bom negócio nem um bom exemplo para o sector público em termos de boa gestão financeira e de adequada protecção dos interesses financeiros públicos”.
O Ministro Mário Lino (sim, o do “jamais”) não gostou e propalou que a auditoria padece de “erros factuais, omissões graves e afirmações infundadas”.
Poderia lá ser de outro modo!
Mas também o PCP não gostou! E refere que “é um contrato leonino que salvaguarda os interesses da concessionária”.
Um pouco como o Bloco de Esquerda, que não deixa de atirar para a liça: “trata-se de um contrato perfeitamente blindado por todos os lados a favor da concessionária”.
Perante tudo isto, cheira a arranjinho, não é?!
Não! Não acredito que o facto de o Dr. Jorge Coelho (sim, esse mesmo, um dos gurus da nova ordem socialista) ser o Presidente da concessionária tenha a ver com a ausência de concurso público e com a evidência de que a Liscont (leia-se Mota-Engil) é a única a lucrar com este aditamento ao contrato que terminava em 2015. Sim, daqui por 6 anos…
Tanta pressa…
Mas, assim, seja qual for o resultado eleitoral para as legislativas, Jorge Coelho (um dos “boys” com um bom “job” garantido pela política) já garantiu a prorrogação… por ajuste directo. Assim, sem mais glosas!
E esta, hein?!
Afinal, em que ficamos?!
Notícia 1:
“Os hospitais portugueses já tinham sido alertados e desaconselhados pela farmacêutica Roche a usar, em procedimentos oftalmológicos, o medicamento Avastin, que terá provocado uma infecção ocular a seis pacientes na passada sexta-feira no Hospital de Santa Maria e que correm agora o risco de ficarem cegos, noticia a revista “Sábado” na sua edição online.”
Notícia 2:
“Até ao início desta semana, a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) não tinha sido notificada de qualquer reacção adversa relacionada com o uso do medicamento Avastin (nome comercial), que foi injectado em seis doentes que correm o risco de ficar cegos e estão agora internados no Hospital Santa Maria, em Lisboa. Esta informação foi dada ontem ao PÚBLICO por fonte oficial do organismo público.”
“Os hospitais portugueses já tinham sido alertados e desaconselhados pela farmacêutica Roche a usar, em procedimentos oftalmológicos, o medicamento Avastin, que terá provocado uma infecção ocular a seis pacientes na passada sexta-feira no Hospital de Santa Maria e que correm agora o risco de ficarem cegos, noticia a revista “Sábado” na sua edição online.”
Notícia 2:
“Até ao início desta semana, a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) não tinha sido notificada de qualquer reacção adversa relacionada com o uso do medicamento Avastin (nome comercial), que foi injectado em seis doentes que correm o risco de ficar cegos e estão agora internados no Hospital Santa Maria, em Lisboa. Esta informação foi dada ontem ao PÚBLICO por fonte oficial do organismo público.”
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incursões no lado errado da vida
males de quando o improvável acontece
Helena Matos escreveu, no seu artigo de opinião “Crónica de um líder improvável”,
"Setembro 2004 a Julho 2005: José Sócrates, o homem certo no momento certo".
Porra, mas estamos em 2009 e temos de o aturar como Primeiro Ministro…
"Setembro 2004 a Julho 2005: José Sócrates, o homem certo no momento certo".
Porra, mas estamos em 2009 e temos de o aturar como Primeiro Ministro…
Segundo o JN
Região Norte entre as mais pobres da UE
Estudo aponta para cerca de um milhão de pobres. Associação Nacional das PME questiona o “desperdício” dos fundos comunitários.
O "Estudo sobre a Pobreza na Região Norte de Portugal", elaborado pelo Centro de Estatística da Associação Nacional das PME e pela Universidade Fernando Pessoa, para a Comissão Europeia, indica que a região Norte é a mais pobre de Portugal e está entre as 30 mais pobres das 254 regiões da UE25, enquanto Trás-os-Montes é classificada como a Sub-Região mais pobre da UE27.
Segundo o mesmo documento, enquanto em 2005/2006 havia cerca de 693 mil pobres na região, em 2009, existia cerca de um milhão "resultado do encerramento de muitas unidades fabris e falência de outras empresas que levaram ao despedimento de milhares de trabalhadores com a consequente redução dos seus rendimentos".
O presidente da Associação Nacional das PME, Fernando Augusto Morais, considerou que as conclusões do estudo são "surpreendentes", tendo em conta o investimento comunitário que foi canalizado para a região, através do Quadro Comunitário de Apoio III.
"No ano 2000, as duas sub-regiões do Minho e Alto Douro e Trás-os-Montes foram identificadas como as mais pobres da UE-15. Por isso, a União Europeia injectou na região Norte cerca de sete mil milhões de euros entre 2000 e 2006 para que houvesse um crescimento de 4,5 por cento neste período, mas não só a região não cresceu como ainda por cima contém a sub-região mais pobre da UE-27", lembrou este responsável.
"O dinheiro investido não atingiu os objectivos", resumiu Fernando Augusto Morais, criticando o "desperdício".
O dirigente considerou que é necessário responsabilizar as entidades responsáveis pela execução destes programas e o Estado e sublinhou que "os contribuintes europeus vão querer saber como foi aplicado este dinheiro".
Fernando Augusto Morais lamentou também o facto de os recursos estarem "concentrados nos mais ricos".
Porto com as duas maiores fortunas nacionais
O estudo refere que, apesar da Região Norte ser a mais pobre do país, é na Área Metropolitana do Porto que se encontram as duas maiores fortunas nacionais (Américo Amorim e Belmiro de Azevedo), bem como empresas líderes sectoriais e mundiais como a RAR e a CIN, a maior associação de grandes empresas do País (AEP) e a maior associação de jovens empresários (ANJE).
O documento questiona ainda a abertura de cinco novos centros comerciais numa região onde existem já 25 destas grandes superfícies, o que "prejudicará o comércio tradicional, bem como o crescimento e o emprego".
"São visíveis situações de pobreza extrema, privação e precariedade", aponta o mesmo relatório, salientando que "a face mais visível desta 'nova pobreza' é o aumento dos pedidos de ajuda alimentar junto das instituições de solidariedade social, muitas vezes, na sombra do anonimato onde se identificam professores desempregados e muitos outros técnicos superiores".
Estudo aponta para cerca de um milhão de pobres. Associação Nacional das PME questiona o “desperdício” dos fundos comunitários.
O "Estudo sobre a Pobreza na Região Norte de Portugal", elaborado pelo Centro de Estatística da Associação Nacional das PME e pela Universidade Fernando Pessoa, para a Comissão Europeia, indica que a região Norte é a mais pobre de Portugal e está entre as 30 mais pobres das 254 regiões da UE25, enquanto Trás-os-Montes é classificada como a Sub-Região mais pobre da UE27.
Segundo o mesmo documento, enquanto em 2005/2006 havia cerca de 693 mil pobres na região, em 2009, existia cerca de um milhão "resultado do encerramento de muitas unidades fabris e falência de outras empresas que levaram ao despedimento de milhares de trabalhadores com a consequente redução dos seus rendimentos".
O presidente da Associação Nacional das PME, Fernando Augusto Morais, considerou que as conclusões do estudo são "surpreendentes", tendo em conta o investimento comunitário que foi canalizado para a região, através do Quadro Comunitário de Apoio III.
"No ano 2000, as duas sub-regiões do Minho e Alto Douro e Trás-os-Montes foram identificadas como as mais pobres da UE-15. Por isso, a União Europeia injectou na região Norte cerca de sete mil milhões de euros entre 2000 e 2006 para que houvesse um crescimento de 4,5 por cento neste período, mas não só a região não cresceu como ainda por cima contém a sub-região mais pobre da UE-27", lembrou este responsável.
"O dinheiro investido não atingiu os objectivos", resumiu Fernando Augusto Morais, criticando o "desperdício".
O dirigente considerou que é necessário responsabilizar as entidades responsáveis pela execução destes programas e o Estado e sublinhou que "os contribuintes europeus vão querer saber como foi aplicado este dinheiro".
Fernando Augusto Morais lamentou também o facto de os recursos estarem "concentrados nos mais ricos".
Porto com as duas maiores fortunas nacionais
O estudo refere que, apesar da Região Norte ser a mais pobre do país, é na Área Metropolitana do Porto que se encontram as duas maiores fortunas nacionais (Américo Amorim e Belmiro de Azevedo), bem como empresas líderes sectoriais e mundiais como a RAR e a CIN, a maior associação de grandes empresas do País (AEP) e a maior associação de jovens empresários (ANJE).
O documento questiona ainda a abertura de cinco novos centros comerciais numa região onde existem já 25 destas grandes superfícies, o que "prejudicará o comércio tradicional, bem como o crescimento e o emprego".
"São visíveis situações de pobreza extrema, privação e precariedade", aponta o mesmo relatório, salientando que "a face mais visível desta 'nova pobreza' é o aumento dos pedidos de ajuda alimentar junto das instituições de solidariedade social, muitas vezes, na sombra do anonimato onde se identificam professores desempregados e muitos outros técnicos superiores".
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incursões no lado errado da vida
... sobre o novo Conselheiro de Estado
O Prof. Vítor Bento acaba de ser nomeado para o Conselho de estado pelo Presidente da República, em substituição de Dias Loureiro.
Mas quem é este senhor?
Da sua biografia oficial não consta o que a seguir se transcreve, respigado de e-mail que hoje recebi:
«Um dos defensores da teoria do congelamento de salários é o «reputado» economista Vítor Bento. Todos o temos lido, visto e ouvido nos jornais televisões e rádios. O homem não pára. Só que, como diz o nosso povo, «bem prega Frei Tomás: faz o que ele diz, não faças o que ele faz». Então não é que se lhe descobriu a careca. Vítor Bento é um quadro do Banco de Portugal (BP) e actual presidente da SIBS, a sociedade que gere o Multibanco. Está de licença sem vencimento há nove anos, quando os próprios regulamentos do BP estipulam o máximo de três anos. Pois foi promovido por mérito em Maio de 2008, com efeitos retroactivos a Janeiro do mesmo ano. O que se traduzirá em mais 720 euros mensais quando o economista voltar ao banco, com reflexos também no valor da sua futura reforma. Vítor Bento não quer dar o exemplo e começar por reduzir os seus vencimentos (não é gralha, é mesmo no plural)?»
Mas quem é este senhor?
Da sua biografia oficial não consta o que a seguir se transcreve, respigado de e-mail que hoje recebi:
«Um dos defensores da teoria do congelamento de salários é o «reputado» economista Vítor Bento. Todos o temos lido, visto e ouvido nos jornais televisões e rádios. O homem não pára. Só que, como diz o nosso povo, «bem prega Frei Tomás: faz o que ele diz, não faças o que ele faz». Então não é que se lhe descobriu a careca. Vítor Bento é um quadro do Banco de Portugal (BP) e actual presidente da SIBS, a sociedade que gere o Multibanco. Está de licença sem vencimento há nove anos, quando os próprios regulamentos do BP estipulam o máximo de três anos. Pois foi promovido por mérito em Maio de 2008, com efeitos retroactivos a Janeiro do mesmo ano. O que se traduzirá em mais 720 euros mensais quando o economista voltar ao banco, com reflexos também no valor da sua futura reforma. Vítor Bento não quer dar o exemplo e começar por reduzir os seus vencimentos (não é gralha, é mesmo no plural)?»
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políticas e politiquices,
políticos e políticas
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Humor e política
"É uma prova de vida política", diz Costa
22.07.2009 (Jornal PÚBLICO)
"Já que não têm propostas para apresentar ao concelho, pelo menos que fiquem na história como queixinhas. É quase uma prova de vida política." Foi desta forma que o vice-presidente da Câmara de Gaia, Marco António Costa, reagiu ontem, em declarações aos jornalistas, ao anúncio feito na véspera pela candidatura do socialista Joaquim Couto à Câmara de Gaia. O candidato do PS enviou um pedido de intervenção à Inspecção-Geral da Administração do Território e à Comissão Nacional de Eleições "para apurar os valores envolvidos na fortíssima campanha publicitária da Câmara de Gaia por todo o concelho" e o "gasto de milhares de euros em anúncios de página inteira nos principais jornais nacionais".
Num registo que o próprio reconheceu como "mais sério", Marco António Costa acrescentou: "Não podemos inaugurar o estádio municipal na clandestinidade nem celebrar um protocolo com o Estado na clandestinidade." O autarca justificou, assim, a inserção de anúncios em jornais de expressão nacional, mas não revelou os montantes gastos.
22.07.2009 (Jornal PÚBLICO)
"Já que não têm propostas para apresentar ao concelho, pelo menos que fiquem na história como queixinhas. É quase uma prova de vida política." Foi desta forma que o vice-presidente da Câmara de Gaia, Marco António Costa, reagiu ontem, em declarações aos jornalistas, ao anúncio feito na véspera pela candidatura do socialista Joaquim Couto à Câmara de Gaia. O candidato do PS enviou um pedido de intervenção à Inspecção-Geral da Administração do Território e à Comissão Nacional de Eleições "para apurar os valores envolvidos na fortíssima campanha publicitária da Câmara de Gaia por todo o concelho" e o "gasto de milhares de euros em anúncios de página inteira nos principais jornais nacionais".
Num registo que o próprio reconheceu como "mais sério", Marco António Costa acrescentou: "Não podemos inaugurar o estádio municipal na clandestinidade nem celebrar um protocolo com o Estado na clandestinidade." O autarca justificou, assim, a inserção de anúncios em jornais de expressão nacional, mas não revelou os montantes gastos.
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políticas e politiquices
terça-feira, 21 de julho de 2009
Sem comentários
"Neste sítio um ministro pode ir para a rua por um par de cornos infantis ou por uma piada de mau gosto. As roubalheiras, os negócios escuros, os compadrios, a corrupção a céu aberto e o tráfico de influências, não só são tolerados como premiados nas urnas".
António Ribeiro Ferreira, jornalista, "Correio da Manhã", 20-07-2009
António Ribeiro Ferreira, jornalista, "Correio da Manhã", 20-07-2009
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políticas e politiquices
O Público publicou... e eu não comento!
Educação
Escola de Darque passou um aluno com nove negativas e garante que foi a melhor solução
21.07.2009 - 08h24 Alexandra Campos, Andreia Sanches
Negativa a Língua Portuguesa, a História e a Matemática. Negativa também a Geografia, a Físico-Química, a Educação Visual... Feitas as contas, José, chamemos-lhe assim, teve nove negativas em 14 "cadeiras". Tem 15 anos, está no 8.º ano do ensino básico. E a escola passou-o.
Não é caso inédito, mas não deixa de ser raro, como admite Augusto Sá, director do Agrupamento de Escolas de Monte da Ola, em Darque, Viana do Castelo. No final do 3.º período, o conselho de turma reuniu, cada professor deu a sua nota e, no caso de José, o balanço era negativo. Augusto Sá nota, contudo, que para decidir se um aluno "passa" não basta "somar" as positivas e as negativas. "Há um percurso, há um contexto, há uma família..." E a decisão de passar José "teve em conta" tudo isso.
O professor não adianta detalhes, para preservar a identidade do jovem. Limita-se a explicar que ele é acompanhado pelos Serviços de Psicologia do agrupamento desde o 2.º ciclo, que já tinha chumbado uma vez, que vive uma situação "sócio-familiar grave" que se agravou ainda mais este ano.
A lei, continua, é clara: dá margem de manobra às escolas para avaliarem os benefícios de reter um aluno que, como é o caso, frequenta um ano intermédio (o 3.º ciclo do ensino básico só termina no 9.º ano) da escolaridade obrigatória. Independentemente do número de negativas.
Resultado: o conselho de turma entendeu que o melhor para o aluno seria transitar. E decidiu que o jovem irá frequentar no 9.º ano um curso de Educação e Formação, que o prepara para a vida activa e "que tem características especiais" - "ele tem capacidades, mas o contexto sócio-familiar não tem permitido que evolua e acreditamos que, com acompanhamento, atingirá os objectivos", diz Augusto Sá.
Em casos destes, admite, os conselhos de turma preferem, por vezes, fazer subir administrativamente as notas dos alunos, para que na pauta do final do ano, que é pública, não apareça preto no branco uma decisão que causa estranheza na comunidade. Mas a escola decidiu assumir a decisão.
O caso foi, contudo, lido em alguns blogues de professores como um exemplo de facilitismo. "Sim, viram bem: a criatura teve 9 negativas e, mesmo assim, TRANSITOU", lia-se no Movimento Mobilização e Unidade dos Professores.
João Dias da Silva, secretário-geral da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (Fne), não conhece o caso, mas vai dizendo que não tem especial simpatia por uma lei que permite que um aluno passe com várias negativas. Admite, contudo, que tem de haver excepções. E dá exemplos de casos que já apareceram em conselhos de turma em que participou: "Uma separação familiar, a morte de um irmão, de um pai..."
Certo é o que diz o despacho normativo n.º 50/2005: "A retenção deve constituir uma medida pedagógica de última instância". É essa a regra pela qual devem guiar-se as escolas. O balanço feito no mês passado sobre a forma como estão a decorrer os planos de acompanhamento destinados a alunos que ficaram retidos mostrou que mais de 40 mil foram abrangidos mas 25 por cento chumbaram ainda assim.
Escola de Darque passou um aluno com nove negativas e garante que foi a melhor solução
21.07.2009 - 08h24 Alexandra Campos, Andreia Sanches
Negativa a Língua Portuguesa, a História e a Matemática. Negativa também a Geografia, a Físico-Química, a Educação Visual... Feitas as contas, José, chamemos-lhe assim, teve nove negativas em 14 "cadeiras". Tem 15 anos, está no 8.º ano do ensino básico. E a escola passou-o.
Não é caso inédito, mas não deixa de ser raro, como admite Augusto Sá, director do Agrupamento de Escolas de Monte da Ola, em Darque, Viana do Castelo. No final do 3.º período, o conselho de turma reuniu, cada professor deu a sua nota e, no caso de José, o balanço era negativo. Augusto Sá nota, contudo, que para decidir se um aluno "passa" não basta "somar" as positivas e as negativas. "Há um percurso, há um contexto, há uma família..." E a decisão de passar José "teve em conta" tudo isso.
O professor não adianta detalhes, para preservar a identidade do jovem. Limita-se a explicar que ele é acompanhado pelos Serviços de Psicologia do agrupamento desde o 2.º ciclo, que já tinha chumbado uma vez, que vive uma situação "sócio-familiar grave" que se agravou ainda mais este ano.
A lei, continua, é clara: dá margem de manobra às escolas para avaliarem os benefícios de reter um aluno que, como é o caso, frequenta um ano intermédio (o 3.º ciclo do ensino básico só termina no 9.º ano) da escolaridade obrigatória. Independentemente do número de negativas.
Resultado: o conselho de turma entendeu que o melhor para o aluno seria transitar. E decidiu que o jovem irá frequentar no 9.º ano um curso de Educação e Formação, que o prepara para a vida activa e "que tem características especiais" - "ele tem capacidades, mas o contexto sócio-familiar não tem permitido que evolua e acreditamos que, com acompanhamento, atingirá os objectivos", diz Augusto Sá.
Em casos destes, admite, os conselhos de turma preferem, por vezes, fazer subir administrativamente as notas dos alunos, para que na pauta do final do ano, que é pública, não apareça preto no branco uma decisão que causa estranheza na comunidade. Mas a escola decidiu assumir a decisão.
O caso foi, contudo, lido em alguns blogues de professores como um exemplo de facilitismo. "Sim, viram bem: a criatura teve 9 negativas e, mesmo assim, TRANSITOU", lia-se no Movimento Mobilização e Unidade dos Professores.
João Dias da Silva, secretário-geral da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (Fne), não conhece o caso, mas vai dizendo que não tem especial simpatia por uma lei que permite que um aluno passe com várias negativas. Admite, contudo, que tem de haver excepções. E dá exemplos de casos que já apareceram em conselhos de turma em que participou: "Uma separação familiar, a morte de um irmão, de um pai..."
Certo é o que diz o despacho normativo n.º 50/2005: "A retenção deve constituir uma medida pedagógica de última instância". É essa a regra pela qual devem guiar-se as escolas. O balanço feito no mês passado sobre a forma como estão a decorrer os planos de acompanhamento destinados a alunos que ficaram retidos mostrou que mais de 40 mil foram abrangidos mas 25 por cento chumbaram ainda assim.
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Respigando do PÚBLICO
"Temos de restaurar o bom nome da democracia"
"Impor a democracia é uma contradição nos termos, mas a democracia tem de continuar presente na política externa americana. A América não dispensa parcerias, mas as parcerias são uma rua de dois sentidos."
(Madeleine Albright, a primeira mulher a exercer o cargo de secretária
de Estado, na Presidência de Bill Clinton)
"Impor a democracia é uma contradição nos termos, mas a democracia tem de continuar presente na política externa americana. A América não dispensa parcerias, mas as parcerias são uma rua de dois sentidos."
(Madeleine Albright, a primeira mulher a exercer o cargo de secretária
de Estado, na Presidência de Bill Clinton)
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as palavras dos maiores,
políticos e políticas
Afinal, em que ficamos?!
Guerra nas telecomunicações
Zon apresenta queixa contra campanha do Meo Fibra
20.07.2009 - 10h12
Por Lusa
A Zon TVCabo apresentou sexta-feira uma queixa ao organismo que regula a publicidade contra a campanha do Meo Fibra, da Portugal Telecom (PT), considerando que esta viola os princípios éticos basilares da comunicação comercial.
A campanha do Meo Fibra "viola frontalmente os princípios da legalidade, honestidade, veracidade e leal concorrência", acusa a Zon, na parte da queixa apresentada ao Instituto Civil para a Autodisciplina da Comunicação Comercial (ICAP) a que a agência Lusa.
A Zon acusa a PT de na sua campanha publicitária sobre a oferta de serviços assentes em rede de fibra óptica esquecer os princípios do código de conduta do ICAP, organismo do qual as duas operadoras são sócias.
Na semana passada foi a PT que acusou a Zon de desenvolver uma "campanha publicitária enganosa, desleal e desonesta", colada "de forma notória e evidente ao investimento da PT na rede de fibra", tendo-se queixado também ao ICAP. A PT pediu, na altura, a proibição e cessação imediata de toda a publicidade da Zon TVCabo sobre produtos e serviços da 'Zon Fibra', referindo também que a rede da sua concorrente é uma rede híbrida, numa queixa que a Zon recebeu com "estupefacção".
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Quem engana quem?
Zon apresenta queixa contra campanha do Meo Fibra
20.07.2009 - 10h12
Por Lusa
A Zon TVCabo apresentou sexta-feira uma queixa ao organismo que regula a publicidade contra a campanha do Meo Fibra, da Portugal Telecom (PT), considerando que esta viola os princípios éticos basilares da comunicação comercial.
A campanha do Meo Fibra "viola frontalmente os princípios da legalidade, honestidade, veracidade e leal concorrência", acusa a Zon, na parte da queixa apresentada ao Instituto Civil para a Autodisciplina da Comunicação Comercial (ICAP) a que a agência Lusa.
A Zon acusa a PT de na sua campanha publicitária sobre a oferta de serviços assentes em rede de fibra óptica esquecer os princípios do código de conduta do ICAP, organismo do qual as duas operadoras são sócias.
Na semana passada foi a PT que acusou a Zon de desenvolver uma "campanha publicitária enganosa, desleal e desonesta", colada "de forma notória e evidente ao investimento da PT na rede de fibra", tendo-se queixado também ao ICAP. A PT pediu, na altura, a proibição e cessação imediata de toda a publicidade da Zon TVCabo sobre produtos e serviços da 'Zon Fibra', referindo também que a rede da sua concorrente é uma rede híbrida, numa queixa que a Zon recebeu com "estupefacção".
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Quem engana quem?
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a respeito da falta de repeito
Provedores?! Não, obrigado!
Por princípio, gosto do PÚBLICO.
E, também por princípio, desconfio dos provedores, aqueles senhores, alegadamente supra partes, a quem podemos dirigir-nos “para defendermos os nossos direitos, liberdades, garantias e interesses legítimos”.
Ou, se não desconfio, equaciono amiúde a seu papel de regulador.
Muita parra e pouca uva!
Mas, porque é comum dizer-se que somos mais exigentes com aquilo (ou aqueles) de que (quem) gostamos, confesso que sou exigente com este jornal.
Vamos, então, ao n.º 7047 desta publicação, nas bancas em 19 de Julho, domingo.
Pelos vistos, os trabalhos superlativos deste jornal obedecem – quase todos – ao Código Deontológico dos Jornalistas Portugueses e ao Livro de Estilo do PÚBLICO.
O que não tem nada de transcendente! É o mínimo que poderia exigir-se a um jornalista.
Mas o Senhor Provedor do leitor daquele periódico encontrou dois pecados infames. “O Provedor sentiu o mesmo desconforto do leitor”, escreveu o Sr. Joaquim Vieira, detentor do título de defensor dos meus direitos, liberdades, garantias e interesses legítimos, naquele jornal.
Para ele, uma jornalista pode pagar uma viagem aos Estados Unidos, pode comprar no site da Amazon um Kindle (que, pelos vistos, é um leitor de e-books, livros electrónicos para quem sabe), mas pode questionar-se se ela vier a escrever que adora o produto. Porque pode estar a ser parcial. Ainda que obedeça às disposições sobre a objectividade jornalística (“pluralidade de fontes, investigação cuidada”), como determina o Livro de Estilo.
Claro que a jornalista em causa argumentou – e bem – com a sua colaboração ao nível das novas tecnologias, soube demonstrar que sabe do que fala, e mostra outro aspecto muito importante da nova informação: há gente que, em aproveitamento peregrino das portas franqueadas de alguns meios de comunicação, se permite criticar, se dá ao luxo de dar lições de ética, se assume como reserva da moral de uma sociedade cada vez mais centrada no umbigo de cada um.
Tenho por princípio ler todos os comentários às notícias que leio online. E pasmo com a desfaçatez de tantos, com a ingenuidade de uns poucos, com a cretinice da maior parte, que sabe tudo, perora sobre tudo e crucifica, alarvemente, quem faz do jornalismo a sua missão.
Mas o pior é quando um Provedor do Leitor gasta três quartos de página a brincar às grandes causas por causa de um Kindle, que, pelos vistos, é um belíssimo e aconselhável acessório audiovisual.
Já agora, por que razão o Senhor Provedor se preocupa tanto com a definição dos “targets” das revistas para crianças, dando-lhe mais crédito do que à jornalista que defende a sua posição (e dá a mão à palmatória por um erro)?
Não seria aconselhável que o Provedor instigasse a leitora a usar o termo “alvo”? É que “target”, não obstante o abuso de termos importados, a caminho da institucionalização definitiva, não é português…
Ah! Vou ler o Livro de Estilo! Pode ser que aconselhem o uso de termos ingleses, mesmo quando exista um termo mais adequado em vernáculo.
Gostei, no entanto, da “caixa” sobre a concordância – ou falta dela – em alguns escritos do jornal, embora me pareça abusiva e leviana a forma como trata os “distraídos”: “Por que será que, tão amiúde, os jornalistas não acertam na concordância entre sujeito e predicado em casos de género (masculino / feminino) e quantidade (singular / plural)? Parece que suspenderam a frase a meio para tomar um café ou fumar um cigarro e, no regresso, continuaram a escrever sem ler o que estava atrás…”
Provedores?!
Não, obrigado!
E, também por princípio, desconfio dos provedores, aqueles senhores, alegadamente supra partes, a quem podemos dirigir-nos “para defendermos os nossos direitos, liberdades, garantias e interesses legítimos”.
Ou, se não desconfio, equaciono amiúde a seu papel de regulador.
Muita parra e pouca uva!
Mas, porque é comum dizer-se que somos mais exigentes com aquilo (ou aqueles) de que (quem) gostamos, confesso que sou exigente com este jornal.
Vamos, então, ao n.º 7047 desta publicação, nas bancas em 19 de Julho, domingo.
Pelos vistos, os trabalhos superlativos deste jornal obedecem – quase todos – ao Código Deontológico dos Jornalistas Portugueses e ao Livro de Estilo do PÚBLICO.
O que não tem nada de transcendente! É o mínimo que poderia exigir-se a um jornalista.
Mas o Senhor Provedor do leitor daquele periódico encontrou dois pecados infames. “O Provedor sentiu o mesmo desconforto do leitor”, escreveu o Sr. Joaquim Vieira, detentor do título de defensor dos meus direitos, liberdades, garantias e interesses legítimos, naquele jornal.
Para ele, uma jornalista pode pagar uma viagem aos Estados Unidos, pode comprar no site da Amazon um Kindle (que, pelos vistos, é um leitor de e-books, livros electrónicos para quem sabe), mas pode questionar-se se ela vier a escrever que adora o produto. Porque pode estar a ser parcial. Ainda que obedeça às disposições sobre a objectividade jornalística (“pluralidade de fontes, investigação cuidada”), como determina o Livro de Estilo.
Claro que a jornalista em causa argumentou – e bem – com a sua colaboração ao nível das novas tecnologias, soube demonstrar que sabe do que fala, e mostra outro aspecto muito importante da nova informação: há gente que, em aproveitamento peregrino das portas franqueadas de alguns meios de comunicação, se permite criticar, se dá ao luxo de dar lições de ética, se assume como reserva da moral de uma sociedade cada vez mais centrada no umbigo de cada um.
Tenho por princípio ler todos os comentários às notícias que leio online. E pasmo com a desfaçatez de tantos, com a ingenuidade de uns poucos, com a cretinice da maior parte, que sabe tudo, perora sobre tudo e crucifica, alarvemente, quem faz do jornalismo a sua missão.
Mas o pior é quando um Provedor do Leitor gasta três quartos de página a brincar às grandes causas por causa de um Kindle, que, pelos vistos, é um belíssimo e aconselhável acessório audiovisual.
Já agora, por que razão o Senhor Provedor se preocupa tanto com a definição dos “targets” das revistas para crianças, dando-lhe mais crédito do que à jornalista que defende a sua posição (e dá a mão à palmatória por um erro)?
Não seria aconselhável que o Provedor instigasse a leitora a usar o termo “alvo”? É que “target”, não obstante o abuso de termos importados, a caminho da institucionalização definitiva, não é português…
Ah! Vou ler o Livro de Estilo! Pode ser que aconselhem o uso de termos ingleses, mesmo quando exista um termo mais adequado em vernáculo.
Gostei, no entanto, da “caixa” sobre a concordância – ou falta dela – em alguns escritos do jornal, embora me pareça abusiva e leviana a forma como trata os “distraídos”: “Por que será que, tão amiúde, os jornalistas não acertam na concordância entre sujeito e predicado em casos de género (masculino / feminino) e quantidade (singular / plural)? Parece que suspenderam a frase a meio para tomar um café ou fumar um cigarro e, no regresso, continuaram a escrever sem ler o que estava atrás…”
Provedores?!
Não, obrigado!
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em português nos entendemos
quarta-feira, 15 de julho de 2009
NÃO SEI SE VAIS PODER FICAR HOJE
Corri atrás
Emaranhei no sonho
Persegui
Troquei olhares
Desencadeei emoções
Enchi-me de sombra
Embebedei-me e sofri
Repeti porquês
Fui amante virtual
Encontro de ocasião
Morada de telemóvel
Amigo de copos
Confidente de corações
Padrasto e pai
Filho e enteado
Wonderful love
Mon amour du coeur
Bastard I hate you
Te quiero mucho
Desgraciado te mato
Doce de coco
Água do mar
Infinito e caduco
Escrevi poemas em corpos maduros
Dei-me, fundi-me, fui e vim
Permaneci só porque não encontrei
E se encontrei não quiseram
Quem quer ser poema hoje
Fundir-se em rimas e sentir-se estrofe
Ser modelo e despir-se de enredos
Arrancar a máscara e ficar nua
Soltar o cabelo e entregar-se
Ser livro e deixar-se ler como quem ama
Ser pauta e clave e música e compasso
Não sei porquê
Deitei-me com o sol esta madrugada
A viagem à capital foi longa de hiatos
E risos e noite e copos e olhos verdes
E amigos e não vás e fica porque vais agora
E vim com a luz a despertar no horizonte
E quis deitar-me e não pude o sono voara
Porque hoje são as últimas linhas que escrevo
A última música que oiço, os últimos sentidos que verto
Amanhã, mais um ano terá passado
- Parabéns a você, estás muito bem
- O bigode quase branco é que destoa
- Gosto desse teu ar de poeta excêntrico e irreverente
- Não acredito, são mesmo cinquenta e alguns
Ainda ontem trocávamos beijos às escondidas
Jogávamos à cabra-cega, ao mata,
Soletrávamos juntos a palavra amor
Jurávamos paixão até á morte e continuamos vida
E estamos juntos, é verdade
Quando tu e eu fazemos anos
E temos necessidade de jurar de novo
Pelo menos até ao ano, na minha ou na tua
E há sempre amigos novos desse ano
Que olhamos com ciúme
- É muito interessante a tua amiga
- Onde desencantaste este, agora, que me bebe o whisky todo
E vamos ou ficamos conforme a casa
Ou foram todos e ficámos
- Amanhã vais conhecer uma nova amiga
Traz sóis no cabelo, mel no poema
Ideais e sonhos a realizar
- Gostas dela? Como a conheceste?
- Gosto dela, não a conheço, mas acalma-me
Traz-me vidas, reconheço a sua voz no vento
Faz-me acordar
- Não sei se vou gostar, traz-me perigos
- Não vamos discutir, tu chamas-te simplesmente solidão
- Por isso mesmo... Não gosto de ser incomodada
Se quiser ficar, quero ficar
- Então fica, mas deixa-me ver o mar... Quero barulho
E sal e água e nevoeiro e luz e chuva.
Não sei se vais poder ficar hoje...
Emaranhei no sonho
Persegui
Troquei olhares
Desencadeei emoções
Enchi-me de sombra
Embebedei-me e sofri
Repeti porquês
Fui amante virtual
Encontro de ocasião
Morada de telemóvel
Amigo de copos
Confidente de corações
Padrasto e pai
Filho e enteado
Wonderful love
Mon amour du coeur
Bastard I hate you
Te quiero mucho
Desgraciado te mato
Doce de coco
Água do mar
Infinito e caduco
Escrevi poemas em corpos maduros
Dei-me, fundi-me, fui e vim
Permaneci só porque não encontrei
E se encontrei não quiseram
Quem quer ser poema hoje
Fundir-se em rimas e sentir-se estrofe
Ser modelo e despir-se de enredos
Arrancar a máscara e ficar nua
Soltar o cabelo e entregar-se
Ser livro e deixar-se ler como quem ama
Ser pauta e clave e música e compasso
Não sei porquê
Deitei-me com o sol esta madrugada
A viagem à capital foi longa de hiatos
E risos e noite e copos e olhos verdes
E amigos e não vás e fica porque vais agora
E vim com a luz a despertar no horizonte
E quis deitar-me e não pude o sono voara
Porque hoje são as últimas linhas que escrevo
A última música que oiço, os últimos sentidos que verto
Amanhã, mais um ano terá passado
- Parabéns a você, estás muito bem
- O bigode quase branco é que destoa
- Gosto desse teu ar de poeta excêntrico e irreverente
- Não acredito, são mesmo cinquenta e alguns
Ainda ontem trocávamos beijos às escondidas
Jogávamos à cabra-cega, ao mata,
Soletrávamos juntos a palavra amor
Jurávamos paixão até á morte e continuamos vida
E estamos juntos, é verdade
Quando tu e eu fazemos anos
E temos necessidade de jurar de novo
Pelo menos até ao ano, na minha ou na tua
E há sempre amigos novos desse ano
Que olhamos com ciúme
- É muito interessante a tua amiga
- Onde desencantaste este, agora, que me bebe o whisky todo
E vamos ou ficamos conforme a casa
Ou foram todos e ficámos
- Amanhã vais conhecer uma nova amiga
Traz sóis no cabelo, mel no poema
Ideais e sonhos a realizar
- Gostas dela? Como a conheceste?
- Gosto dela, não a conheço, mas acalma-me
Traz-me vidas, reconheço a sua voz no vento
Faz-me acordar
- Não sei se vou gostar, traz-me perigos
- Não vamos discutir, tu chamas-te simplesmente solidão
- Por isso mesmo... Não gosto de ser incomodada
Se quiser ficar, quero ficar
- Então fica, mas deixa-me ver o mar... Quero barulho
E sal e água e nevoeiro e luz e chuva.
Não sei se vais poder ficar hoje...
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