segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Só posso dizer-te

Esta noite, sonhei contigo.
Contigo ou com os sentimentos? Contigo ou com os sentidos?
Reparti iodo pela tua pele para ficares com as cores do verão.
Do verão ou do moreno? Do verão, porque és o sol? Do moreno, porque és a minha visão singular?
Nos sonhos, não há as marcas do tempo. Só as marcas da paixão? Só as marcas que deixas na minha alma?

Por isso, um dia, ainda que o improvável sobreleve, deixarás de ser a vestal que inunda de fogo as madrugadas. E serás a mulher inteira do desassossego.
Porque cuidarei dos sonhos sem ficção. E não simularei esta angústia de não seres contígua à minha pele. De voares, apenas, neste limbo, que é esta ilusão de te ter, nunca te tendo. Porque estás para além das montanhas, e não há trilhos escavados na pedra. Porque és uma estrela, e não sei voar o teu infinito. Porque o teu encalço, apesar de indelével, é a minha utopia.

Esta noite, sonhei contigo.

Mas há este vazio onde apenas consigo tactear os contornos impensáveis do fogo.

2 comentários:

  1. Armindo,
    nada como sonhar...sonhar...e sonhar:
    com quem queremos
    e que nem sabe disso,
    ou sabe,
    e nem importa-se com isso!!!
    com quem amamos
    e nem sempre nos retribui!
    Pobre de nós,
    poetas e loucos,
    com esta capacidade infinita,
    de amar...
    Beijo,
    Koka

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  2. "Nos sonhos não há marcas do tempo"...
    ..e a beleza não tem idade.....

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