terça-feira, 11 de agosto de 2009

Somos um país, no mínimo, intenso

Com as autarquias a prestarem um mau serviço aos consumidores, com os jovens a mentirem para terem apoios do estado, com linchamentos à porta de casa, com um rendimento de um milhão em roubos de tabaco em 2009, era muito bem feito que se nacionalizasse a banca comercial, como pretende o PCP. Estamos todos um pouco fartos das diatribes dos banqueiros, cujos clientes querem, depois, que seja o erário público a pagar.

Por isso, só nos faltava mesmo que o advogado de um dos famosos arguidos no caso Casa Pia (acusados pelos crimes de abuso sexual de várias crianças naquela instituição) tivesse visto a filha abusada por outro jurista, ainda por cima seu “amigo”. Há coincidências que cheiram a “justiça divina”, embora a criança seja talvez a única que não merecia um abuso destes. Mas, como ainda não há julgamento nem condenados, talvez ainda venha a provar-se que, apesar de ter havido abusados, não houve abusadores. Ou, quem sabe, apenas existiu um “bode expiatório”.

Só nos faltava também que alguns comportamentos anti-sociais (como lhes chama a Ministra da Saúde) andassem, por aí, criminosamente (digo eu), a espalhar a gripe A. Disse a ministra que uma mãe terá afirmado que, se lhe contagiaram a filha, ela contagiaria as outras crianças.

Para a ministra, pode ser o tal comportamento anti-social; para mim, é crime! Sem eufemismos.

Comportamento anti-social pode ser o facto de haver doentes infectados que se rejeitam a usar máscara. E fazem-no apenas por estupidez (coitados) e ignorância (duvidam?). Já lhes meteram tanta minhoca na cabeça que é fácil convencê-los de que isto é mais uma inventona para distrair o povo de outros problemas com que os políticos - esses, sim - nos infectaram. Criminosamente, diga-se!

E, finalmente, só nos faltava a “angústia” e o “desalento”do Prof. Campos e Cunha, ex-ministro das Finanças do Governo suportado pela presente legislatura e liderado pelo soi disant Eng.º José Sócrates. Este Professor, que bateu o recorde de estar menos tempo á frente de um ministério em Portugal, foi o primeiro a aperceber-se de quem era efectivamente José Sócrates e bateu com a porta por não concordar que um ministério manifestamente técnico tivesse de submeter-se aos políticos e aos seus timings muito pouco científicos.

Em entrevista, agora, ao diário “i”, não se coibiu de afirmar: “É um estilo de governação que não enfrenta os problemas do país de uma forma que eu penso que seja a tecnicamente correcta e politicamente acertada. É feita de uma forma politicamente arrogante e tecnicamente errada”.

Ora, com amigos assim, quem precisa de inimigos?

Andava o “nosso primeiro” a vender cosmética sonora para a arrogância, e vem a sua primeira escolha para Ministro das Finanças dizer uma coisa destas…

Campos e Cunha fez mais pela maioria relativa nas próximas eleições (e o consequente falhanço da maioria absoluta actual e aquela que a propaganda eleitoral irá pedir - ou já pede mesmo antes de a campanha se iniciar) do que toda a Oposição junta.

Ora digam-me lá se, com um país destes, precisamos de outro, tão intenso…

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