Anda por aí muita gente a coçar a orelha, um pouco incomodada com algumas frases do discurso do Presidente da República nas cerimónias oficiais do 10 de Junho, das quais me atrevo a respigar:
“A credibilidade dos agentes políticos é tanto mais necessária quanto a situação económica e financeira actual representa um desafio, sem precedentes nas últimas décadas, à qualidade das instituições democráticas, à competência e visão de futuro dos decisores e ao empenhamento responsável e solidário de cada um dos cidadãos".
"Não é aceitável que existam portugueses que se considerem dispensados de dar o seu contributo".
"O alheamento não é a forma adequada - nem certamente eficaz - de enfrentar os desafios e resolver as dificuldades".
"Pelo contrário, níveis de abstenção como aquele que se verificou nas eleições de domingo passado são um sintoma de desistência, de resignação, que só empobrecem a democracia",
"… (a abstenção) deve fazer reflectir os agentes políticos", uma vez que "a confiança dos cidadãos nas instituições democráticas depende, em boa parte, da forma como aqueles que são eleitos actuam no desempenho das suas funções".
Para quem tenha dúvidas da importância destas verdades, o Jornal de Notícias de hoje escreve o seguinte:
"Estas cerimónias são importantes para a cidade", afiançava uma moradora que justificava o alheamento da população nas cerimónias de ontem com "o concerto do Tony Carreira que terminou já de madrugada...".
À bon entendeur…
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