Fosse alma
e levar-te-ia comigo
voarias comigo
por Áfricas
verdes e quentes
de saudade
andarias comigo
na sensualidade
que desvirgina
a floresta
calada dos rios claros
dar-te-ia a mão
colhendo a natureza
em pedaços de beijos
roubados à terra
Se fosse alma,
queria um corpo
que casasse com o teu
nos poros crepitantes
das noites sopradas
onde o som da maresia
se converte no riso
dos amantes saudados
pelo amanhecer
das queimadas
pelo sibilar
dos barcos
pelo silvo da chuva
Fosse alma
e talvez ficasse
apenas e só
olhando a tua silhueta
de sereia quase madura
e fecharia os olhos
no crepitar dos teus cabelos
acabados de molhar
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