No meio dos coqueiros
Existe um navio de longe
Neste mar que adoptei
Na praia que frequento
Na saudade que ficou.
E tu vens de lá
Sorridente e bela
O vestido conciso
As sandálias ligeiras
O sorriso no olhar
Que é teu e meu
Na partilha de ti
Na partilha de mim
Minha água, fermento
Minha alma, minha paz.
Abraças-me e me rendo
Quando em mim
Suspendes teu corpo
No amplexo das sensações
Fixadas e celebradas
Ao ouvido da vida
No corpo que estala
Os músculos subindo
No universo dos sentidos
Estás em mim que te quero
No colo de mim sentada
No olhar de mel
No sussurro de ti
Nos sentidos que alertas
Na conciliação que trazes
Na calma incendiada
Da sombra que fazem as árvores
Onde encostamos a partilha
Dispo-te vestido e alma
Traço-te as formas
Com um giz de cores
Que é minha língua
Minhas mãos
Que sou eu em ti
Percorrendo-te
Sequiosa e linda
Como estrada de amores
Pista de desassossego
Minha constelação
De brindes e certezas
Ímpares de serem
Despertador e descarga
Da ausência e saudade
Das tuas mãos em mim
Do meu beijo em ti
Selinho ou fartura
Mimo ou devaneio
De estares e vires
Na conquista do corpo
Que fazemos a dois
E nos guardamos na eternidade
Sem comentários:
Enviar um comentário