domingo, 21 de junho de 2009

Lendo o "Público" e com a devida vénia...



Manifestação seguiu-se a funeral do polícia Eduardo Garcia
Dezenas de milhar desfilam em Bilbau contra a ETA
20.06.2009 - 19h14 Nuno Ribeiro, Madrid (Público)

“A única coisa que os que mataram o meu marido conseguiram foi deixar dois órfãos e uma viúva, não vão conseguir nada, há muita gente como o meu marido.” foi com estas palavras que iniciou a sua intervenção no final da manifestação de ontem, em Bilbau, a mulher do inspector da polícia Eduardo Garcia, assassinado na passada sexta-feira pela ETA.



“Aqui não choro, chorarei em casa, com os meus, não lhes vou dar esse prazer”, prosseguiu Paki. As dezenas de milhares de pessoas que desfilaram por Bilbau e que se concentraram junto à Câmara Municipal aplaudiram as palavras da viúva concluídas com um “Viva o País Basco”.

Durou mais de uma hora o desfile em três artérias da baixa de Bilbau, com o cortejo aplaudido por milhares que se concentraram nos passeios. Nas janelas e varandas, laços negros de luto. Na primeira linha da manifestação, segurando o pano com o lema “Pela Liberdade, ETA não”, seguiam os dois filhos do inspector assassinado e familiares de outras vítimas do terrorismo. Atrás, o Governo basco, ministros de Espanha e dirigentes políticos de todos os partidos representados no Parlamento basco.

“Vamos derrotar o terrorismo porque queremos ser livres para defender o direito de pensar e de se sentir diferente, vamos ocupar as praças e as ruas de Euskadi porque são dos que querem a liberdade”, disse o presidente do Governo basco, Patxi López, que convocou o protesto.”Denunciamos os que falsificam as palavras, os que se dizem defensores do povo basco e apenas querem súbditos amedrontados”, acentuou López, num discurso lido em euskera, a língua basca, e em espanhol. “Eduardo era um dos nossos, todos os que arriscam a vida para defender os nossos direitos e liberdades são dos nossos, por isso lanço o nome de Eduardo ao vento de Euskadi”.

Com a manifestação de ontem, o lehendakari, o socialista Patxi López cumpriu uma das promessas da campanha eleitoral. O seu Executivo pôs-se à frente da rebeldia cívica contra o terror.

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