quinta-feira, 18 de junho de 2009

Penso que ouvi bem

Ouvi ao longe, num qualquer noticiário que ensombrou o prego que comia ao balcão, á pressa, que os maiores bancos vão ter inspectores residentes do Banco de Portugal. Penso que ouvi bem!

E pergunto: para quê?
Eu sei que, se fosse um cidadão consciente, deveria perguntar: porquê só agora?
Mas já me desencantei! Este meu país já me faltou tantas vezes ao respeito que já nada levo a sério.

Então, repito a pergunta: para quê?

Se o Senhor Governador diz que, ao longo dos tempos, sempre fez tudo, o possível e impossível, para prover ao controlo prudencial das instituições financeiras, e os resultados são o que se vê, para quê pagar ajudas de custo aos inspectores residentes, se eles vão fazer exactamente o mesmo que os antecessores, só que deslocados?

Cansei de quebrar a cabeça para entender este país.

Se o autor das “façanhas” do BPN tem a escola do Banco de Portugal, imagino bem o que ele fez como seu responsável enquanto lá esteve… (perdoem-me se estiver errado).

Mas, como dizia Mário Soares, um dos autores desta democracia, alegadamente um estado de direito, o cidadão tem “direito á indignação”.

E como estou indignado!

1 comentário:

  1. Provedoria "repreende" Banco de Portugal e autarquias

    23.06.2009, Natália Faria (Jornal Público)

    Portugueses dirigiram
    8.668 queixas ao provedor de Justiça em 2008

    O Banco de Portugal não colabora como devia no combate aos abusos praticados pelos bancos no domínio das penhoras.
    .......
    Das 162 reclamações registadas no domínio das execuções, 86 visaram os bancos por causa de alegadas violações dos limites da impenhorabilidade. Na prática, os bancos estariam a penhorar bens que legalmente não podiam ser penhorados. Para agravar o problema, acusa a Provedoria de Justiça, o Banco de Portugal não colaborou no combate aos abusos por parte dos bancos. "Os cidadãos vão tendo conhecimento de que podem/devem dirigir-se ao Banco de Portugal, solicitando-lhe que exerça os poderes que lhe são conferidos em matéria de supervisão do sector bancário, mas o resultado de tal solicitação fica, não raro, aquém do esperado pelos reclamantes. E, diga-se, fica também, com frequência, muito aquém do desejado pelo provedor de Justiça", repreende o relatório, acusando o Banco de Portugal de se escudar numa "alegada ausência" de competências. Ora, na óptica do provedor, o Banco de Portugal tem base legal suficiente para uma actuação "mais incisiva" em matéria de execução de ordens de penhora.

    Num comunicado emitido ontem à noite, o Banco de Portugal garantiu que prestou os esclarecimentos solicitados pelo Provedor de Justiça, reagindo assim ao relatório de Nascimento Rodrigues, que acusou a entidade liderada por Vítor Constâncio de ter um problema de comunicação e de deixar a desejar em termos de cooperação com a Provedoria.

    Comentar?! Para quê?
    Se houvesse dúvidas, o Senhor Provedor tirou-as.
    A supervisão do Banco de Portugal é uma miséria em todos os campos...

    E não há quem demita o Governador?

    (Que saudades de Humberto Delgado e do seu célebre: "Obviamente, demito-o!")

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